O presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), Vítor Osório, confirmou hoje o pedido de demissão do selecionador, o português Rui Águas, e garantiu que “não há crise” com a saída do técnico.
“Confirmo a receção de um e-mail do Rui Águas por volta das 10:30 (11:30 em Lisboa) a pedir a demissão do cargo de selecionador de futebol de Cabo Verde”, informou à agência Lusa Vítor Osório, remetendo mais esclarecimentos para uma conferência de imprensa na próxima segunda-feira.
O dirigente federativo adiantou, porém, que “não há crise” com a demissão do técnico português, um ano e quatro meses após ter assumido a função.
Em comunicado, o antigo internacional português justificou o pedido de demissão com as dificuldades sistemáticas vividas ao longo desde período, aludindo implicitamente à situação de salários em atraso que a equipa técnica tem enfrentado.
O Governo do país manifestou disponibilidade para, em conjunto com a FCF, tentar encontrar uma solução os salários em atraso da equipa técnica, composta pelo também português Bruno Romão, desde que seja para tal solicitado pelo órgão que rege o futebol cabo-verdiano.
Em entrevista à agência Lusa a 08 de dezembro último, Vítor Osório garantiu que os problemas salariais com a equipa técnica estavam a ser resolvidos normalmente e que Rui Águas não estava de saída do comando técnico dos “tubarões azuis”.
O antigo jogador do Benfica e FC Porto, de 55 anos, foi apresentado como selecionador de futebol de Cabo Verde em agosto de 2014, ainda quando Mário Semedo era presidente da FCF, tendo sido substituído por Vítor Osório em maio do ano passado.
Na altura, sem avançar valores do contrato, Mário Semedo informou que a remuneração da equipa técnica cabo-verdiana era assegurada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), resultado de um acordo verbal feito com a atual direção da FCF.
Rui Águas, que tinha um contrato de dois anos, substituiu Lúcio Antunes na seleção cabo-verdiana e levou os ‘tubarões azuis’ à Taça das Nações Africanas (CAN) de 2015, tendo ficado pela primeira fase, com três empates em outros tantos jogos.
O último jogo de Rui Águas à frente da seleção cabo-verdiana aconteceu em novembro último, tendo vencido o Quénia por 2-0 e garantido o apuramento para a fase de grupos da zona africana de apuramento para o Mundial2018.
Os vencedores dos cinco grupos que serão sorteados apuram-se para a fase final do evento, que se realiza na Rússia, em 2018.
Cabo Verde está ainda a disputar o apuramento para a CAN2017 e lidera Grupo F, com seis pontos, os mesmos que Marrocos. São Tomé e Príncipe e Líbia ainda não pontuaram.
Fonte: Lusa