A emblemática zona das piscinas naturais da localidade de Salinas, em São Filipe, ilha do Fogo, vai ser finalmente reabilitada. O projecto, orçado em 50 mil contos, já tem o financiamento da União Europeia. Além da requalificação de todo o espaço para receber cerca de cinco mil turistas, ao ano, prevê ainda a criação de um Centro de Interpretação Natural e Cultural, assim como a formação das comunidades locais para a dinamização económica do produto turístico.
Depois de 21 anos a constar do plano de actividades da Câmara Municipal de São Filipe do Fogo, a emblemática zona de Salinas, famosa pelas suas piscinas naturais, vai ser reabilitada. Segundo o edil Luís Pires, a autarquia conseguiu, “finalmente, mobilizar cerca de 50 mil contos para a requalificação de Salinas”, no quadro de um projecto financiado pela União Europeia, e que prevê o desenvolvimento do Eco Turismo na ilha do Vulcão.
“O projecto de requalificação de Salinas é uma obra ambiciosa que vai permitir diversificar a oferta turística do Fogo e, em especial, de São Filipe”, avança o autarca, para destacar a importância que o projecto vai trazer ao nível da sustentabilidade do destino Fogo e da comunidade local dos povoados de São Jorge, Outra Banda e Galinheiro, as comunidades mais próximas de Salinas, que sobrevivem sobretudo da pesca e agricultura.
“São comunidades que utilizam Salinas como uma espécie de porto de pesca. Elas arrastam os seus botes para lá e eles ficam ali abrigados”, explica Luís Pires.
Nesse contexto, o projecto vai servir também para “disciplinar” a faina piscatória. Até porque, actualmente, o local já é frequentado por banhistas, incluindo turistas, só que vai ganhar valor acrescentado com a nova imagem e as valências previstas.
É que, além de potenciar o reforço das actividades económicas locais por via do produto turístico balnear, pesca desportiva e desportos naúticos, a requalificação das infra-estruturas de apoio à piscina natural de Salinas vai permitir igualmente a criação de pequenos negócios ligados ao turismo. As obras incluem todo o espaço envolvente, incluindo a estrada de acesso, com a instalação de estruturas de lazer e de uma passagem pedonal a pontos estratégicos e piscatórios da piscina.
CAPACITAR COMUNIDADE
Como salienta Luís Pires, o projecto tem um grande enfoque na capacitação da comunidade local e prevê a criação de um espaço de informação, interpretação e divulgação do património natural e cultural de Salinas, entre outras valências. A ideia é mesmo capacitar a comunidade para a dinamização económica e para a preservação ambiental da piscina natural de Salinas e dos ecossistemas costeiros.
Ao todo estima-se que, depois de prontas as obras, as novas Salinas consigam atrair cerca de cinco mil visitantes, ao ano. Para isso, terão de ser também desenvolvidas parcerias com operadores turísticos, para atrair turistas nacionais e estrangeiros.
Os dados do projecto a que A NAÇÃO teve acesso estimam que, devido a este novo produto turístico, o número de dormidas no Fogo aumente 10%, no primeiro ano, pós-projecto. As actividades de formação, estas, devem abranger perto de 80 participantes, tendo em conta a importância que a capacitação dos recursos humanos terá para a viabilidade do projecto.
Conforme o autarca de São Filipe, as obras arrancam em Fevereiro de 2016 e a requalificação das Salinas, e da estrada de acesso, devem ficar concluídas em meados de 2016.
Diversificação da oferta turística do Fogo: “Salinas” vai ser reabilitada
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