O MpD não vai apostar na candidatura de Francisco Tavares para um terceiro mandato na Câmara Municipal de Santa Catarina (no interior de Santiago). O desgaste provocado por sucessivos casos, que em nada abonam para imagem da edilidade, é uma das principais causas de uma acentuada rejeição de Francisco Tavares pelos eleitores. Na calha estão quatro pré-candidatos ao cadeirão de Santa Catarina.
Desta vez, ao que tudo indica, o MpD, não quer correr os riscos das eleições autárquicas de 2012, em que Francisco Tavares conseguiu a eleição por uma unha negra. Mesmo assim, não conseguiu evitar a perda do controlo da Assembleia Municipal, situação essa que já provocou dois chumbos do orçamento da Câmara, com consequências gravosas para a gestão do município.
De acordo com uma fonte bem posicionada, nas anteriores eleições, o MpD já tinha a noção da elevada rejeição de Francisco Tavares, mas, mesmo assim, decidiu avançar com essa candidatura, que “só conseguiu triunfar, mesmo à tangente, por causa da divisão clara do PAICV na altura, com a guerra surda entre Alcídio Tavares e José Maria Veiga, este último que acabou por sair derrotado no confronto com o edil santacatarinense”.
Sondagens dos dois principais partidos apontam para uma clara rejeição de Francisco Tavares, daí a decisão do MpD em jogar pelo seguro, estando já no terreno a preparar uma outra candidatura.
Além disso, segundo o nosso interlocutor, Francisco Tavares aceitou sujeitar-se à sondagem interna do MpD, com vista a escolha dos candidatos a deputado em Santiago Norte nas legislativas do próximo ano.
Quatro alternativas
Jorge Brito, que trabalha neste momento no INIDA, é apontado como uma das principais apostas do MpD para as eleições autárquicas em Santa Catarina. Brito, que foi vereador no primeiro mandato de Francisco Tavares, acabou por não concorrer em 2012, pelo facto de ter incompatibilizado com o edil santacatarinense.
António Jesus, docente na Uni-CV e que também foi vereador de Tavares, é um outro nome cogitado para o cargo.
António Semedo, líder da bancada do MpD na Assembleia Municipal, é também ele um outro nome que está em cima da mesa para substituir Francisco Tavares. Segundo a nossa fonte, este funcionário do Banco de Cabo Verde não está contudo muito inclinado para essa aventura.
Austelino recusa
A NAÇÃO sabe, no entanto, que o desejo do MpD era que Austelino Correia se prontificasse em assumir a candidatura à presidência da Câmara Municipal de Santa Catarina. O administrador-geral do MpD, ao que tudo indica, não está nada inclinado para essa disputa. O segundo secretário da Mesa da Assembleia Nacional prefere manter-se como cabeça de lista para as próximas eleições legislativas em Santiago Norte.
No meio disto tudo, um dado é certo: Francisco Tavares não será a aposta do MpD para as próxima eleições autárquicas. O edil pode, sim, tentar um lugar que lhe garanta a eleição como deputado ventoinha para Santiago Norte, dando assim um outro rumo à sua vida política, depois de cumprir dois mandatos em Santa Catarina. Quase sempre no meio de forte contestação.
Autárquicas 2016: Francisco Tavares “descartado” pelo MpD
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