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Sociedade

SIDA: Apesar da taxa prevalência ser baixa é preciso afastar comportamentos de riscos – secretário-executivo

O Secretario-executivo do Comité de Coordenação do Combate a Sida disse hoje que apesar da taxa prevalência do VIH/sida ser baixa no país é preciso afastar comportamentos de riscos e manter a “chama acesa” de que o vírus existe em Cabo Verde
Em declarações à Inforpress, sobre o Dia Mundial de luta contra o VIH/Sida, Artur Correia realçou que a situação em Cabo Verde é considerada positiva, registando uma taxa de prevalência abaixo de 1%, mas que é preciso afastar comportamentos de riscos, tarefa essa que, na opinião do responsável, não depende somente do indivíduo, mas também da sociedade civil em geral
“Temos uma taxa de prevalência do VIH/Sida baixa, porque temos varias condições que favorecem no combate do vírus”, afirmou, sublinhando que a educação tem sido um dos pontos fortes que influencia positivamente na luta contra o VIH.
Explicando melhor, referiu-se a “uma alta taxa de alfabetização” e o acesso a meios de comunicação e informação que está a chegar a quase todos os cantos de Cabo Verde e próprio “engajamento da sociedade civil na luta contra o VIH/Sida, apesar de reconhecer que o país seja “altamente vulnerável” com o turismo
De acordo com os dados avançados por este responsável, há neste momento 2300 doentes seropositivos conhecidos pelos serviços de saúde a nível nacional desses números 1300 estão em tratamento de acordo com os critérios estabelecidos pelos serviços de saúde
“De acordo com os dados disponíveis, temos uma taxa de prevalência de 0,8 % em Cabo Verde, temos uma taxa de serro prevalência nas grávidas que varia entre 0.8 e 1%. Relativamente a novos casos das grávidas seropositivas a situação é bem melhor, com uma taxa de prevalência entre 0.6 e 0.8%, por isso temos que manter a chama acesa de que o vírus está presente na nossa sociedade”, salientou, afirmando que há uma cobertura total de mais de 50% em termos de tratamento dos doentes.
Artur Correia afirmou que em relação a transmissão de mãe para filho, o número de crianças seropositivas nascidas de mães seropositivas tem estado a diminuir ao longo dos últimos anos, com uma taxa que varia a cada ano entre 0 a 3%.
Lembrou que era taxa foi, há dez anos, de 15 %, sendo que o sucesso para a sua redução ficou-se a dever, conforme disse, ao desenvolvimento de um programa “ muito eficaz” junto das grávidas, com cerca de 10 mil testes por ano, registando-se agora por ano regista-se cerca de 70 a 80 grávidas seropositivas
“Estamos a pensar numa hipótese de eliminação que, de acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde, é termos no universo de cada 100 crianças que nascem de mães seropositivas somente uma que tenha o vírus da sida”, adiantou.
Segundo o secretario-executivo do CCCS-Sida, este ano tende a ser especial porque a ONU/Sida estabeleceu novas metas, novas estratégias para o combate do VIH/Sida ate 2030, designada estratégia 90/90/90 e que Cabo Verde pode ficar fora dessa luta.
“O primeiro 90 é diagnosticar 90% dos seropositivos, o segundo 90 é tratar 90% desses casos diagnosticados e o terceiro 90 é levar uma carga viral detectável laboratorialmente a 90% das pessoas que estão em tratamento, isso num horizonte de ate 2020”, explicou, ressalvando que Cabo verde não pode perder esse comboio.
“Temos que sem dúvida criar as condições, mobilizando recursos humanos e financeiros para conseguirmos atingir essa meta”, sublinhou, garantindo que caso os países consigam consolidar esses ganhos talvez seja possível se chegar a 2030 com a eliminação de transmissão do VIH/Sida no mundo.
De acordo com o secretário-executivo, o Comité de Coordenação do Combate à Sida (CCCS-Sida) tem enfrentado alguns constrangimentos, nomeadamente financeiro, porque o país financia cerca de 50% das suas necessidades da luta contra o vírus e os outros 50% dependem da disponibilidade das organizações internacionais.
Hoje comemora-se 11 anos de introdução de antirretrovirais em Cabo Verde, que é um tratamento gratuito de acordo com os critérios dos sintomas e desenvolvimentos da doença.
O tratamento com antirretrovirais no arquipélago foi introduzida pela primeira vez em 2004 e conta com o financiamento do Fundo Global e segundo Artur Correia, graças a essa iniciativa que foi abraçada por Cabo Verde o impacto e a esperança de vida dos doentes com o vírus aumentaram.
Relativamente às actividades do Dia mundial de Luta contra o VIH/Sida organizadas pelo CCCS-Sida, serão apresentadas novas estratégias de luta contra o VIH/Sida a nível mundial, com abordagens nos temas de acesso à prevenção e cuidados, não só numa perspectiva de profissionais e de um seropositivo, mas também da situação etimológica do vírus, entre outras.
No seu ponto de vista, a luta contra o vírus é um percurso “permanente e positivo” que é preciso levar a cabo, a fim de haver novos ganhos, tanto a nível de acesso à prevenção, cuidados ao tratamento e seguimento, como também para criar um ambiente ético, saudável das pessoas que vivem com o VIH/Sida e dos seus familiares.
“Estamos na elaboração de um novo plano 2016/2020 em que vamos incorporar as novas estratégias de luta contra o Sida, o que implica diagnosticar mais pessoas e tratar com qualidade e isso implica um esforço redobrado com os nossos parceiros nacionais e internacionais e criar um ambiente social mais saudável”, afirmou.
O lema desse ano continua a ser “Zero transmissão, Zero descriminação, Zero Morte” do VIH/Sida
O dia 1 de Dezembro foi internacionalmente instituído como o Dia Mundial de Luta Contra a Sida e é uma data que vigora desde o final dos anos 80, no calendário de milhares de pessoas em todo o mundo.
Fonte: Inforpress

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