Os agentes da Polícia Nacional, devidamente identificados com t-shirts do SINAPOL (Sindicato Nacional da Polícia), estiveram esta sexta-feira em grande maioria na apelidada “Mega manifestação dos funcionários afectos aos quadros privativos da administração pública”, realizada na capital cabo-verdiana.
Com concentração em frente ao Palácio da Justiça, no Platô, onde iniciou a marcha com passagem pela Fazenda, Avenida Amílcar Cabral e término à frente ao Palácio do Governo, os manifestantes exibiram cartazes e dísticos, ao mesmo tempo que expressavam frases de ordem como “Já basta de tanto abuso do poder, da discriminação e da injustiça desta direcção da Polícia Nacional” e “Aumento Salarial”.
De acordo com o presidente da Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL), os manifestantes protestaram contra a aprovação, pelo Governo, dos estatutos, grelha salarial e lista de transição, bem como do não pagamento dos pendentes relativos às promoções, progressões e reclassificações nas carreiras.
José Manuel Vaz disse que a manifestação correspondeu à expectativa, alegando que a maioria dos que protestam é policiais, também apoiados pela Associação Socioprofissional da Polícia de Ordem Pública (ASP-POP), que, na generalidade, encontram nesta luta uma forma de demonstrar descontentamento e indignação pela forma como vêm sendo tratadas as suas reivindicações.
Disse que a manifestou contou ainda com o envolvimento da Polícia Judiciária, do pessoal das Alfândegas, da Direcção-Geral de Contribuição e Impostos, dos professores, dos agentes prisionais, dos Registos e Notariados e dos oficiais da justiça.
“A maior satisfação desta manifestação é que tivemos conhecimento que os três estatutos ligados ao Ministério da Justiça, que deram entrada na Presidência da República para efeitos da promulgação, já foram devolvidos ao Governo”, anunciou José Manuel Vaz, argumentando a existência de normais ilegais e incondicionais.
O sindicalista referia-se aos estatutos do pessoal de justiça, do Registo e Notariado e da Polícia Judiciária, tendo manifestado “disponível para um diálogo como Governo” para a negociação e discussão de todos os estatutos.
José Manuel Vaz acusou o Governo de violar o acordado em sede de Concertação Social em 2012, que até Julho de 2013 aprovaria o estatuto, a grelha salarial e a lista de transição, bem como pagamento dos pendentes, promoções e reclassificações de todo o pessoal dos quadros privativos.
O presidente da CCSL considerou tratar-se de um “dia de vitória” e chamou de ditador tanto o ministro da Justiça, José Carlos Correia, como o director da Polícia Nacional, João Domingos de Pina.
Fonte: Inforpress