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Política

UCID exige medidas para acudir familiares das vítimas do acidente do navio Vicente

O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID – oposição), António Monteiro, exigiu esta segunda-feira, no Parlamento, que o Governo tome medidas para acudir os familiares das vítimas do acidente do navio Vicente.
António Monteiro, que intervinha no período da apreciação e discussão do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para averiguar o desaparecimento do navio Roterdão e acidente do navio Vicente, adiantou que há pessoas a sofrer e a passar por dificuldades por conta do acidente do “Vicente”.
“Há famílias de pessoas que desapareceram com dificuldades de alimentação, e gostaríamos de ver o Governo, pelo menos nesta matéria, a tomar algumas medidas”, disse António Monteiro, que, à semelhança do Movimento para a Democracia (MpD – oposição), culpabiliza o executivo pelo acidente.
O presidente do UCID afirmou que houve uma sucessão de falhas das várias instituições com responsabilidade ao nível da segurança e transporte marítimos, que resultaram no acidente e na perda de 15 vidas humanas, a 08 de Janeiro deste ano.
O deputado adiantou que os relatórios apontam como culpado o comandante do navio, mas questionou quem permitiu que esse comandante estivesse a conduzir o navio.
António Monteiro incidiu particularmente no facto da lei proibir que um cidadão estrangeiro esteja a conduzir um navio nas ligações inter-ilhas.
“As autoridades cabo-verdianas permitiram que no navio houvesse um cidadão estrangeiro a comandar, e aqui a culpa também não é deste comandante. A culpa é das autoridades marítimas cabo-verdianas, é do Governo, que não cumpriu a lei e são factos que não podem ser relegados”, sustentou.
Por outro lado, falou também das “falhas registadas” ao nível das operações de buscas e salvamento.
Segundo explicou, as buscas foram retomadas logo após o acidente, mas com meios inapropriados e suspensas horas depois para serem retomadas mais de oito horas depois.
Adiantou que, caso houvesse na Cidade da Praia um dos navios de buscas e salvamento, que se encontravam por muitos anos atracados no Porto Grande, em São Vicente, outras vidas poderiam ser salvas.
“Dentro de duas ou três horas teríamos esse navio na ilha do Fogo à procura dos sobreviventes e isso não aconteceu”, observou, lembrando que foram encontradas pessoas, de manhã, na Brava, com vida, quando o acidente tinha acontecido por volta das 20:00.
“Esses navios estão bem equipados e podem funcionar em qualquer tempo e encontravam-se efectivamente mais pessoas para serem salvas e isso não aconteceu e a responsabilidade é toda ela do Governo e não há aqui que escamotear a realidade”, disse António Monteiro.
O navio Vicente afundou-se no largo do Vale dos Cavaleiros, na ilha do Fogo, no dia 08 de Janeiro de 2015, contendo 26 pessoas a bordo, das quais 11 foram resgatadas com vida.
Fonte: Inforpress

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