Adalberto Silva (Betú), PCA da TACV entre Junho de 2000 e Fevereiro de 2001, considera que Cabo Verde tem todas as condições para ter e manter uma companhia aérea de bandeira. “Na década de 90 verificou-se uma forte expansão da empresa e com resultados positivos, agora, nos últimos tempos, a situação só tem piorado e pode-se considerar que a TACV está numa situação catastrófica”.
Segundo Betú, mesmo diante do quadro actual, Cabo Verde precisa, cada vez mais, de uma companhia de bandeira. “Por causa da sua grande diáspora, da sua privilegiada localização no Atlântico e, também, das condições que a TACV tem em relação a companhias africanas”.
Para o antigo PCA da TACV, a empresa depara-se, sim, com um “grande” problema de gestão. “A situação por que passa a TACV tem a ver com resultados altamente negativos, que não têm explicação em factores fora do âmbito da gestão. É preciso investigar as verdadeiras causas dos resultados tão catastróficos da empresa e por que chegou a esta situação”.
A questão da privatização da TACV vem desde a década de noventa. Aqui, o nosso entrevistado aponta o dedo ao então Presidente da República, António Mascarenhas Monteiro, que fez um “veto de gaveta” à lei das privatizações. “Se não fosse isso, a TACV estava privatizada há muito tempo”.
E com a mudança de Governo em 2001, aquele deputado e economista diz que não houve vontade para privatizar a empresa. “Um Governo que tinha feito campanha contra as privatizações, não tinha moral para prosseguir com o processo de privatização da TACV, que já se tinha iniciado”, diz Adalberto Silva, para quem, no quadro em que se encontra, esta é a “pior” altura para privatização da TACV.
Adalberto Silva: Veto de “gaveta” de Mascarenhas Monteiro inviabilizou privatização da TACV
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