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Atentados de Paris: o resumo do que já sabemos

Houve três atentados: um perto do Stade de France, outro no Bataclan Café e um na Rua de Charonne. Pelo menos 127 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas. O essencial, para já, da tragédia.
À surpresa e desconhecimento seguiram-se a tragédia e o horror. O relógio não andava longe das 21h em Portugal quando a informação se começou a espalhar — explosões e tiroteios estavam a acontecer em Paris na noite de sexta-feira, 13 de novembro. Eram três atentados a ocorrerem quase simultaneamente no centro da cidade, um deles bem ao lado do Stade de France, que acolhia mais de 81 mil pessoas para verem o jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.
O recinto, localizado no bairro de Saint Denis, estava a cerca de nove quilómetros do Bataclan Café, uma das mais famosas salas de espetáculos de Paris, onde decorria um concerto da banda Eagles of Death Metal. Dois locais cheios de gente, com as devidas diferenças, pareciam ser os alvos. Pelo menos três explosões aconteceram numa rua ao lado do estádio, que foram ouvidas no interior do recinto. No Bataclan, centenas de pessoas ficaram retidas no interior do edifício por quatro terroristas. Três suicidaram-se, um foi abatido pela polícia, pelo menos 118 pessoas foram mortas pela violência gratuita. O último atentado registou-se a cerca de quilómetro e meio dali, na Rue de Charonne, onde morreram 18 pessoas.
Existem cidadãos portugueses e brasileiros entre os feridos registados no Bataclan Café, segundo Duarte Levy, jornalista freelancer português sediado em Paris, a quem a polícia parisiense confirmou esta informação. O Observador está a acompanhar o desenrolar dos acontecimentos desde o primeiro relato, num Liveblog — no qual vamos reunindo toda a informação sobre os atentados.
Aqui fazemos um resumo dos dados essenciais da tragédia. Os atentados foram reclamados ao fim da noite pelo Estado Islâmico, em vingança contra a intervenção de França na Síria. Vários dos terroristas terão gritado “Alá é Grande!”
Números
Seis ataques;
Pelo menos 127 mortos e 180 feridos;
Oito terroristas mortos;
Os seis ataques

  1. O primeiro aconteceu num bar próximo do Stade de France, no bairro de Saint Denis, onde estava a decorrer a partida de futebol entre a França e a Alemanha. Pelo menos três explosões terão sido vistas e ouvidas por testemunhas.

O Le Monde noticiou que as explosões ocorreram em três restaurantes diferentes. Milhares de pessoas que estavam nas bancadas do estádio — que tem capacidade para acolher mais de 81 mil pessoas — recusaram-se a abandonar o recinto e estiveram durante vários minutos concentradas no relvado. As explosões foram ouvidas no interior do estádio, quando o jogo ainda estava a decorrer. Três terroristas morreram no local, tendo dois deles cometido suicido e um sido abatido a tiro pela polícia.

  1. O segundo atentado foi registado na Boulevard Voltaire, perto do Bataclan Café, uma das mais famosas salas de espetáculos da capital gaulesa — com capacidade para acolher até 1.500 pessoas na plateia em pé. Três suicidaram-se com coletes de explosivos e um quarto foi abatido a tiro pela polícia, já na rua.

Ocorreram, pelo menos, cinco explosões no interior Bataclan, onde os autores do atentado estiveram mais de uma hora com reféns. As autoridades confirmaram que 118 pessoas morreram no interior da sala de concertos. Uma jornalista do Le Monde, que ouviu um sobrevivente do ataque, noticiou que os terroristas estavam nos camarins quando a polícia entrou no edifício.

  1. O terceiro atentado ocorreu na Rue de Charonne, a cerca de quilómetros e meio do local do segundo incidente. A policia confirmou que 18 pessoas morreram neste local. Os dois primeiros atentados aconteceram no 10.º bairro de Paris, enquanto o terceiro já está localizado no 11.º Arrondissement. O Stade de France dista cerca de nove quilómetros da zona onde foram registados os outros dois atentados, que foram registados em locais, por sua vez, separados em quase 1.500 metros.
  2. Restaurante Le Carillón, local de um tiroteio que terá vitimado entre doze e catorze pessoas. O ataque começou pelas 21h20, segundo escreve o Libération, quando explodiu um petardo no Le Carrilón. De seguida, um homem com a cara à mostra disparou contra o balcão. Depois de uma pausa — talvez para recarregar a arma — o terrorista virou-se para outro restaurante, o Le petit Cambodge, e tornou a disparar.

Pouco depois, ainda naquela zona — não muito longe da sede do jornal satírico Charlie Hebdo, atacado a 7 de janeiro deste ano — do canal de Saint-Martin, era possível ver um carro crivado de balas e pelo menos duas pessoas gravemente feridas em frente a um restaurante do McDonald’s.

  1. Centro comercial Les Halles. Vários testemuunhos falam num tiroteio num centro comercial deste local no centro da cidade;
  2. Restaurante BonneBière. Dois terroristas abriam fogo à queima-roupa contra os clientes que estavam na esplanada.

Reações oficiais
François Hollande, presidente francês, decretou o estado de emergência nacional e autorizou o encerramento das fronteiras, “para impedir que os culpados saiam do país”. “Há numerosos feridos, feridos muito graves”, acrescentaria horas depois, ao chegar a um dos locais dos atentados que considerou desde logo de terroristas;
Em comunicado, a Câmara Municipal de Paris e a polícia francesa pediram aos cidadãos para permanecerem em casa e, a saírem à rua, que seja em casos absolutamente necessários;
Barack Obama falou em Washington e garantiu que o seu país “fará o for possível pelo povo francês” e para colocar “os responsáveis [dos atentados] perante a justiça. O presidente dos EUA disse que “este ataque não foi apenas contra o povo francês, mas contra toda a humanidade”;
o Governo português emitiu um comunicado, no qual “lamentou profundamente a situação ocorrida em França”.
Mais informações
1.500 soldados franceses já foram enviados para as ruas de Paris. Outro 7.000 estarão de prevenção;
o Metro de Paris foi encerrado. A meio da noite, os taxistas da cidade começaram a transportar as pessoas de graça até casa;
as escolas, universidades, bibliotecas, piscinas e museus estarão encerradas, este sábado, na capital gaulesa;
os aeroportos e linhas de comboio continuarão a funcionar no sábado; o governo da Bélgica já anunciou o encerramento das fronteiras;
os governadores das cidades de Nova Iorque e Washington, além de “todas as grandes zonas turísticas” nos EUA, reforçaram a segurança nas ruas, noticiou a agência Reuters.
Fonte: Observador

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