Associações de treinadores de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Princípe reunidos numa só organização , sob o denominador comum da língua portuguesa, na Confederação Lusófona de Treinadores, que nasceu esta quinta-feira, com a cerimónia da sessão de constituição, nas instalações do Museu Nacional do Desporto, em Lisboa.
A presidente do Comité Olímpico de Cabo Verde, Filomena Fortes, marcou presença, a par do secretário de Estado da tutela, Emídio Guerreiro, no ato de oficialização de uma organização que, segundo o presidente da direção, Pedro Sequeira, congregará «cerca de 35 mil treinadores de todas as modalidades em Portugal» mas que, no conjunto do mundo lusófono, «poderá chegar aos 800 mil profissionais, um milhão até», segundo estima.
Com o auxílio das novas tecnologias, a cerimónia foi seguida em direto por ‘streaming’ no Brasil e Moçambique, e é desejo de Pedro Sequeira que, a breve trecho, também Macau, Goa e… o Sri Lanka se juntem neste polo aglutinador dos treinadores, que, segundo disse a A BOLA o também presidente da Confederação de Treinadores de Portugal (antiga Confederação Portuguesa de Associações de Treinadores, fundada em 1997), servirá como «plataforma de intercâmbios e partilha de conhecimentos» entre os profissionais da classe.
Segundo Pedro Sequeira, são três os vetores que norteiam a CLP. «Potenciar a organização nos países lusófonos, funcionar como plataforma de intercâmbio entre todos os treinadores e, por último, a formação, ajudar na organização os países mais necessitados», afirmou o responsável máximo da CLP a A BOLA
Na cerimónia, localizada nas bonitas instalações do Palácio Foz, nos Restauradores, não faltaram Silveira Ramos (diretor técnico nacional da Federação Portuguesa de Futebol), o presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, Carlos Marta e o presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, o antigo basquetebolista Augusto Baganha, mas também treinadores como Carlos Dinis.
António Gomes, secretário-geral do Comité Olímpico de Angola, António Gomes (superintendente da Federação Brasileira de Atletismo), Alberto Simango (presidente da Federação Moçambicana de Andebol), Filomena Fortes (por Cabo Verde) e António Trindade, por São Tomé e Princípe (é secretário-geral do respetivo Comité Olímpico) são, a par de Pedro Sequeira e da confederação nacional, os interlocutores iniciais da CLT nos seis países fundadores.
«As minhas filhas, de nove anos, gémeas, perguntavam-me no carro, de manhã, quando as levava à escola e lhes tentava explicar o que é a CLT, como é que essas pessoas todas iam caber na mesma sala», revelou Pedro Sequeira, com humor, na ocasião. A sala, neste caso, chama-se a língua portuguesa, a quinta mais falada no Mundo, por uma população estimada em 230 milhões, nos quatro continentes.
«Que a Confederação Lusófona de Treinadores nos junte a todos e seja um espaço de partilha, bem como ajudar ao desenvolvimento e organização nos diversos países. É um dia histórico! Imaginem o potencial desportivo para o desenvolvimento de atletas nestes países», foi o repto de Pedro Sequeira a uma plateia que encheu o espaço por completo, e a que se seguiu o brinde ao sucesso da CLT, com champanhe.
GOVERNANTE ENALTECE DIMENSÃO
Foi «com particular satisfação» que o Governo, na pessoa do secretário de Estado da tutela, Emídio Guerreiro, abençoou, com a sua presença no evento, a nova organização, que aproxima Portugal dos países onde deixou marca e língua de herança.
«É uma organização que vem dar dimensão à aliança linguística portuguesa, com uma longa história comum, só pode ser motivo de congratulação. Será um ponto de encontro, uma praça digital, mesmo com os vários intervenientes a milhares de quilómetros. Uma ferramenta e instrumento muito importante de partilha das boas práticas», afirmou Emídio Guerreiro, no discurso de batismo da CLT que assinalou a respetiva sessão de constituição, depois dos trabalhos da Comissão Instaladora.
«Faço votos de sucesso para a CLT, um desafio para todos nos espaço da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa [CPLP]. Penso que a regulamentação da carreira de treinador será uma referência. No mundo de hoje, só os mais fortes, competentes e capazes chegam ao sucesso. Parabéns ao Pedro Sequeira, cuja tenacidade e vontade férrea permitiu concretizar o sonho», concluiu Emídio Guerreiro, a quem a CLT ofertou uma placa comemorativa da ocasião, tal como à representante cabo-verdiana, Filomena Fortes.
Fonte: A Bola
Nasceu a Confederação Lusófona de Treinadores
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