O arranque de mais um ano lectivo começa esta segunda-feira, 14, dia em que milhares de alunos, em todo o país, regressam às escolas. Este ano, mais uma vez, há falta de alguns livros adoptados. Os encarregados de educação, esses, mostram-se apreensivos e críticos.
As livrarias da cidade da Praia já estão apinhadas de pais, encarregados de educação, ou mesmo alunos que procuram novos materiais escolares. Mas, segundo informações, ainda faltam livros “fundamentais”, como todo o acervo do quarto ano do Ensino Básico, bem como manuais de Estudos Sociais, uma nova disciplina, do quinto e sexto anos, e ainda de língua francesa do oitavo ano.
Segundo apurou o A NAÇÃO junto das livrarias, o Ministério de Educação e Desporto (MED) não adiantou para quando estarão disponíveis os ditos manuais. “O que posso adiantar neste momento é que ainda não existe uma previsão para os livros chegarem às livrarias”, afirma um gerente de uma das livrarias da capital.
A preocupação dos encarregados de educação, quanto à falta dos livros, é grande e começa a ser recorrente. Segundo Ana Monteiro, 27 anos, do Porto Mosquito, isso poderá prejudicar os estudos das crianças. “No ano passado, atrasaram com os livros, depois colocaram à venda, mas como veio com erro, devolveram tudo. Por causa disso, a minha irmã teve que estudar a terceira classe sem livros, e isso a prejudicou muito”, conta.
As livrarias partilham da mesma má recordação que alguns dos pais e encarregados de educação abordados por A NAÇÃO, já que no ano passado compraram os livros antigos e logo depois foram substituídos, e não tiveram direito ao reembolso. “O assunto não ficou resolvido, mas compramos este ano sem problemas porque já estamos quase no início do ano lectivo”, afirmou um outro gerente a esta reportagem.
Muita gente
A afluência nas livrarias na cidade da Praia tem sido grande, principalmente nas últimas duas semanas, e deverá permanecer “até início do ano lectivo”, garantem as livrarias ouvidas por esta reportagem. De um modo geral, todas dizem que têm prestado o melhor atendimento ao cliente, para que todos saiam satisfeitos.
Apesar de tamanha afluência, há quem ainda chegue para comprar os materiais dos seus filhos, sem uma lista definida. “Tenho dois filhos na escola, um no quinto ano e outro no sétimo. Vou comprar canetas, lápis, caderno, aparador, compasso, lápis de cor. Os livros ficam para depois”, revela Maria Semedo, 32 anos, Porto Mosquito.
Isso porque, segundo Semedo, o dinheiro que tem disponível, de momento, não chega para comprar todos os materiais. “Já sei que este ano o quinto ano vai ter quatro livros. Infelizmente, não conheço ninguém que tenha tido filho que passou para outra etapa, de modo a oferecer-me ou trocarmos livros. Mas todos os anos consigo o kit escolar, que ajuda nas despesas, oxalá volte a conseguir de novo”, adianta.
Contas
Para quem tem filho no primeiro ano, só com os três manuais (Língua Portuguesa, Matemática e Ciências Integradas), deverá gastar 461 escudos, mais caderno, lápis, borracha, aparador, lápis de cor, mochila, bata, devendo o custo situar-se em torno de mil e 500 escudos.
Para o segundo ano, os três livros irão ficar por 512 escudos, mais os adicionais, o total deverá rondar os mil 500 ou dois mil. A partir do terceiro ano, os livros sobem mais de preço, isto é, os três ficam por 765 escudos.
Para quem tem filho no quinto ou no sexto ano, as contas ainda não ficam definidas, porquanto nem todos os materiais estão disponíveis. Mas, para quem quiser comprar, no quinto ano, os livros de Língua Portuguesa e Matemática, gasta 526 escudos.
É a partir do sétimo ano que os custos, para todos os materiais, ficam mais salgados. No sétimo e oitavo anos, os alunos irão precisar de oito manuais. Por exemplo, para quem quiser comprar todos os livros do sétimo ano, o preço ronda os dois mil e 500 escudos. Juntando mais o uniforme, mochila, cadernos, que ficam entre 80 e 300 escudos, mais canetas, lápis e outros materiais, os pais deverão gastar em torno de quatro mil escudos. Já para o oitavo ano, os custos, para quem desejar todos os manuais, saem por cerca de dois mil e 600 escudos.
Novo ano lectivo arranca com manuais em falta: Pais e encarregados educação de novo preocupados
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