A taxa de mortalidade infantil a nível mundial caiu para mais de metade (53%) de acordo com de Níveis e Tendências da Mortalidade Infantil 2015 publicado esta quarta-feira, 9.
Segundo o relatório, as mortes de menores de cinco anos desceram de 12,7 milhões por ano em 1990 para 5,9 milhões em 2015, sendo o primeiro ano em que o número situou abaixo da marca dos 6 milhões.
De acordo com o relatório, Cabo Verde está na posição 80, com registo de 25 mortes em cada mil nascimentos. Nas três primeiras posições estão Angola (157), Chade (139) e Somália (137).
As novas tendências sobre a taxa de mortalidade infantil, em menores de cinco anos, foram publicadas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Grupo do Banco Mundial e a Divisão de População do UNDESA.
Embora com este decréscimo, o relatório diz ainda que todos os anos morrem 16 mil menores, 700 por cada hora e 11 em cada minuto. Um número muito aquém do esperado, 53 por cento (%), que aquela organização considera como insuficiente para atingir o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
“Temos que reconhecer o tremendo progresso registado a nível global, especialmente a partir de 2000, altura em que muitos países triplicaram a taxa de redução da mortalidade em menores de cinco anos,” afirmou a Directora Executiva Adjunta do UNICEF, Geeta Rao Gupta. “Mas é um número demasiado elevado de crianças que ainda morrem de causas previstas antes do seu quinto aniversário – e, de facto, dentro do seu primeiro mês de vida – devem impelir-nos a redobrar os nossos esforços no sentido de fazermos o que deve ser feito. Não podemos continuar a decepcioná-las.”
O relatório avança ainda que apenas a Eritreia, Etiópia, Libéria, Madagáscar, Malawi, Moçambique, Níger, Ruanda, Uganda e Tanzânia (considerados de baixa renda), atingiram a meta dos ODM neste quesito.
Segundo o relatório, o maior desafio centra-se no momento do nascimento, onde 45% das mortes ocorrem no período neonatal, ou seja, 28 dias de vida.
As causas das mortes, ainda segundo avança o documento são: prematuridade, a pneumonia, complicações durante o trabalho de parto, o parto em si, a diarreia, a sepsis, enquanto quase metade de todas as mortes em menores de cinco anos está associada à desnutrição.
A UNICEF avança ainda que a redução da taxa de mortalidade infantil poderia ser ainda maior, caso se concentrasse os esforços nas regiões onde tem maiores problemas como a África Subsaariana e o sul da Ásia, com nos recém-nascidos.
Apesar deste números, o relatório diz ainda que houve ganhos consideráveis a partir do ano 2000, salvando 50 milhões de vida e mais 38 milhões de vidas poderiam ser salvas até 2030 se o progresso for ainda mais acelerado, em conformidade com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) que os líderes mundiais estão prontos para aprovar nos finais do corrente mês.
