O perímetro florestal de Monte Velha, na ilha do Fogo, devastado por um incêndio no passado mês de Maio, está a receber novas plantas e árvores. O Ministério do Desenvolvimento Rural (MDR) tem em curso uma campanha de limpeza, reabilitação e introdução de 20 mil novas plantas.
A Delegação do MDR no Fogo e a Direcção do Parque Natural dessa ilha estão a apostar na reflorestação de 12 hectares de terreno, em Monte Velha, devastado pelo incêndio de 2 de Maio, do corrente ano. A campanha arrancou a 25 de Agosto e visa plantar 20 mil árvores, sendo dez mil endémicas e as restantes florestais, durante o período das chuvas.
De acordo com o delegado do MDR, Elisângelo Moniz, a campanha está a decorrer em bom ritmo. “As intervenções consistem em fazer a limpeza do espaço, retirando todo o resto das árvores queimadas e já secas, e, ao mesmo tempo, substituí-las por novas plantas e ainda reabilitar as que resistiram ao incêndio”, explica Moniz.
Por outro lado, Moniz avança, ainda, que o MDR está a efectuar contactos junto dos proprietários e cultivadores de café, no perímetro, que também foi destruído pelo incêndio de 2 de Maio, no sentido de reabilitarem a área com novos cafezeiros.
Fora isso, aquele responsável avança que o MDR vai realizar, nos próximos tempos, com a ajuda de várias entidades locais, uma campanha de sensibilização junto da população no sentido de alertar as pessoas para a necessidade de cuidar e preservar o património vegetativo na ilha do Fogo.
“Assistimos com alguma preocupação e tristeza, frequentemente, casos de incêndios na ilha, sobretudo na época de preparação dos terrenos para a faina agrícola. Uns, por negligência dos agricultores, e outros, supostamente, por mãos criminosas. Por essas e outras razões, é importante sensibilizar os munícipes da necessidade de preservarmos as florestas e as espécies que nelas vivem”, frisa Moniz.
Deslocados de Chã das Caldeiras
Segundo Elisângelo Moniz, enquadrado no Programa de Emergência aos deslocados de Chã das Caldeiras, dez agricultores vão receber novas parcelas agrícolas, na zona de Genebra, devidamente preparadas e equipadas com sistema de rega gota-a-gota.
“Os agricultores já foram identificados e vão receber formação em técnicas de cultivo, com sistema de rega gota-a-gota e cultivo em estufa, no sentido de tirarem o maior proveito das parcelas que vão receber”, sublinha. “São dez agricultores que perderam todas as parcelas agrícolas, que exploravam, durante a última erupção vulcânica”, ajunta.
Esta acção acontece no quadro do Programa das Pequenas Subvenções do Fundo Mundial para o Ambiente (GEF – SGP). O Programa apoia organizações da sociedade civil, com pequenos fundos, que trabalham com a biodiversidade, mudanças climáticas, protecção de águas internacionais, degradação de terras e eliminação de poluentes orgânicos persistentes.
Ilha do Fogo: Monte Velha renasce das cinzas
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