Cabo Verde, através do Sikinada, e grupos de outros países de língua portuguesa estão reunidos no Brasil, até domingo (6), na sétima edição do FESTLIP (Festival Internacional do Teatro de Língua Portuguesa).
O FESTLIP é um espaço de intercâmbio entre os grupos de teatro de países de língua portuguesa, em diferentes salas e espaços do Rio de Janeiro, Brasil, onde o festival surgiu há sete anos. A ideia partiu da actriz brasileira Tânia Pires, que, dessa forma, tem proporcionado a troca de experiências entre os grupos e actores dos nove países que têm o português como língua oficial.
Para este ano, a sétima edição, Cabo Verde fez-se representar pelo grupo Sikinada, com a peça “Adão e Eva”, de Mário Lúcio Sousa, ministro da Cultura de Cabo Verde, que imagina “Que rumo teriam Adão e Eva depois de terem sido expulsos do paraíso?”
Os actores João Paulo Brito e Raquel Monteiro fizeram duas apresentações (29 e 30 de Agosto) no SESI de Jacarepaguá e Teatro Ipanema, e participaram num trabalho do grupo de Teatro Garagem que juntou os actores das outras companhias como Angola, Brasil, Moçambique e Portugal.
Além de ser um projecto inovador, o FESTLIP tem sido um espaço de troca de experiências e aprendizagem. No evento não acontecem apenas espectáculos de teatro em língua português. Flui também “boa música”, exposições, debates, conferências, etc.
MAIS CABO VERDE
O FESTLIP deste ano é celebrado sob o símbolo dos 450 anos do Rio de Janeiro, “Cidade Maravilhosa”, e Cabo Verde teve direito à presença reforçada. Para além do grupo Sikinada, o nosso arquipélago ainda foi representado, através da poesia, de dois jovens cabo-verdianos, Rony Moreira e Natalino Andrade.
A participação dos dois jovens aconteceu graças à abertura, pelo FESTLIP, de um concurso lançado para os países de língua portuguesa, onde os concorrentes deveriam discorrer sobre a “Cidade Maravilhosa” e ainda fazer uma correlacção com os 450 anos de história da cidade. De Cabo Verde seguiram oito textos e dois passaram pelo crivo do júri e apresentados por actores no evento e no canal Oi Futuro.
Mas Cabo Verde também já esteve em destaque neste que é um dos mais importantes festivais de teatro de língua portuguesa. Em 2011 o grupo Raiz de Poilon foi o homenageado, com a dança contemporânea cabo-verdiana em destaque. Neste ano de 2015, a homenagem coube a Moçambique, mais precisamente para a encenadora e actriz Manoela Soeiro, pelo seu contributo no desenvolvimento do teatro na comunidade lusófona e que completa 40 anos de carreira.
Esse “movimento artístico”, a que se deu o nome de FESTLIP, já está na lista dos eventos mais importantes do Brasil e desperta, todos os anos, interesse de grupos de vários lugares e países que enviam as suas candidaturas para serem escolhidos para os espectáculos de intercâmbios.
SÃO VICENTE
Os grupos de teatro de São Vicente são os que mais presenças já garantiram, desde a primeira edição do FESTLIP, com maior incidência para o Grupo Teatral do Centro Cultural Português do Mindelo (GTCCPM). Para a ilha de Santiago, apenas dois grupos já se fizeram representar.
Na estreia do festival de teatro, 2008, de Cabo Verde partiu o GTCCPM com o espectáculo “O doido e a morte”, com presença garantida nos dois anos seguintes. Em 2009, juntamente com a Companhia Solaris, com “Androginia” e ainda participação do músico Hélio Ramalho no FestlipShow, um espaço dedicado à música e descontração.
Depois de quatro anos de participação de São Vicente, a cidade da Praia (Santiago) fez-se representar, pela primeira vez, naquele evento, pelo grupo de dança. Raiz di Poilon. Grupo este que foi o homenageado do ano e levou consigo o espectáculo “Cidade Velha”.
Mas logo no ano seguinte, 2013, São Vicente voltou à carga, desta feita com o grupo Craq’Otchod com o monólogo “Esquizofrenia”. O Trupe Pára Moss, um dos grupos mais populares de São Vicente, também foi ao Brasil, com apenas três representantes. A peça escolhida para apresentar no Festlip foi “A Lição”, que teve a jovem Yara Azevedo como protagonista.
Este ano, 2015, a cidade da Praia fez-se novamente representar pelo grupo Sikinada, com actores que formaram na GTCCPM (São Vicente).
Carla Gonçalves
Cabo Verde apresenta Adão e Eva: FESTLIP – o encontro de teatro de língua portuguesa
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