O grupo de reggae vindo dos Estados Unidos da América, Morgan Heritage, faz valer o segundo dia do festival Baía das Gatas.
Mesmo depois de atrasos nos intervalos das actuações dos grupos, que duraram uma hora, uma hora e meia, o público sanvicentino não arredou pé do areal, tudo para ver o último grupo mas também o mais esperado, Morgan Heritage. Uma espera por um show que acabou por valer e muito a pena e até trouxe lágrimas aos olhos de muita gente, que não queriam acreditar ter tão perto um dos grupos de reggae de tanto sucesso mundial.
Os Morgan Heritage, o grupo de irmãos, chegava por volta das seis da manhã e embora fosse uma hora um tanto ou quanto imprópria não faltou energia e muita vibração na mensagem que trouxeram para os cabo-verdianos através das suas músicas, várias conhecidas, que não deixaram ninguém indiferente. Assim com a praia da Baía a arrebentar pelas costuras e coberto pelas cores do reggae (verde, vermelho e amarelo), estes fizeram transbordar a fervura e levaram o público ao delírio, que cantou em uníssono desde principio até ao fim, perto das oito horas. Mas também durante a actuação era bem perceptível o cheiro a padjinha (cannabis), esse produto estupefaciente que o próprio vocalista afirmou ser usado pelos elementos do Morgan, que defendem ainda a sua liberalização mundial.
Desta forma ficou salvo o segundo do festival que poderia ser lembrado, não pelas melhores razões, a começar pelo atraso de duas horas logo no arranque. Mesmo assim Nelson Freitas que deu o pontapé de saída conseguiu reanimar os festivaleiros da melhor forma que sabe com os vários sucessos dos seus discos e até relembrando os do antigo grupo “Quatro”. No fim já todos estavam lambuzados no “Bo tem mel”, esquecendo os contratempos iniciais.
No entanto, por pouco tempo, porque por razões que nunca foram explicadas o angolano Puto Português também subia ao palco com uma hora de atraso. Contudo, este que é um nomes sonantes da nova geração do semba, não deixou o crédito por mãos alheias e causou furor, pediu que os presentes fizessem coraçãozinho com as mãos para tirar selfies para colocar no Facebook e conseguiu fazer todos tirarem o pé do chão e levantar poeira com a música do seu conterrâneo Mauro Pastrana, ”Me levaram na má vida”. Todo satisfeito Puto Português ressaltou o facto dos povos, angolanos e cabo-verdianos, serem irmãos e já promete voltar na próxima semana para gravar um video-clip que servirá para o próximo trabalho.
Mais e mais atrasos se seguiram, e mais ou menos com a mesma duração trazeram por volta das 4h20 o brasileiro Jorge Aragão que diz ter pedido indicações sobre Cabo Verde com a Alcione “Marrom” que o aconselhou a vir conhecer os caboverdianos , “esse povo bom”. A performance do cantor acabou por ficar abaixo das expectativas, até porque ele mesmo afirmou que não vinha dar um show, mas sim sentir a energia com o público.
Com um segundo dia deste modo valido mais pela actuação dos Morgan, agora aguarda-se pela história do terceiro e última dia da 31ª edição do festival Baía das Gatas, quiçá sem demoras e nem contratempos. Para já conta-se com um bom show dos DJ´s locais, Paulão, Letra e Edosn Lopez, do rapper Kiddye Bonz, com a 2ª parte do Lisbon Street Band, de Élida Almeida e Ceuzany e para encerrar o Gil Semedo.
LN
Segundo dia do Baía das Gatas salvo pelos Morgan Heritage
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