Arranca este mês, na Tunísia, a 28ª edição do Afrobasket, campeonato de basquetebol disputado entre as melhores selecções de África. A competição será dirigida por um colectivo composto por 16 árbitros selecionados pela entidade que rege a modalidade a nível mundial. De entre esse colectivo consta o cabo-verdiano Paulo Martinho.
Paulo Martinho, ou Ribú, 44 anos, iniciou o seu percurso como árbitro nas competições nacionais em 1996, mas teve a sua primeira experiência internacional em 2001. Posteriormente, em 2003, viria a dirigir duas eliminatórias de clubes africanos na cidade da Praia, o que lhe deu mérito para que um ano após essa data fosse selecionado para dirigir algumas das partidas para o campeonato de sub-20 em África.
A sensivelmente 15 dias do início do Afrobasket, Paulo está de malas feitas para aquela que será a sua sétima participação na competição entre as suas vertentes feminina e masculina. “A minha primeira experiência no Afrobasket foi na Nigéria, em 2005, quando acompanhei a selecção nacional feminina de basquete para a edição feminina da competição”, conta ao mesmo tempo que relembra a primeira partida que dirigiu no campeonato desse ano.
“Foi um jogo bastante simples, na altura estávamos a mudar a arbitragem de dois para três e tínhamos que aprender as novas regras, lembro-me do jogo de Congo, até na altura a equipa do Congo tinha uma estrela da WNBA”, adianta.
Durante a sua caminhada dentro do panorama desportivo cabo-verdiano, este árbitro foi destacado como o melhor, da sua classe a nível nacional, em várias ocasiões, fruto das suas prestações nos campeonatos nacionais e regional de São Vicente, ilha da qual é natural. No entanto, confessa que as suas melhores distinções foram as conseguidas em 2012 na gala de Desporto Cabo-verdiano promovida pela Direcção-Geral do Desporto (DGD), a saber o prémio de melhor árbitro na categoria de basket e o de melhor árbitro à nível de todas as categorias do desporto praticadas em Cabo Verde.
Fora dos recintos desportivos, Paulo Martinho é professor e membro da Direção da Escola Secundária Jorge Barbosa, porém, para que esteja à altura da tarefa ora designada, deverá submeter-se a uma série de preparações físicas. “Haverá testes físicos e clínicos, adaptação às alterações das regras, assistir vídeos e depois levar a minha vida normal”, acrescenta, “sem esquecer do meu filho”.
A meta a longo prazo está traçada
Apesar de já não constituir um desafio para Paulo Martinho, o Afrobasket é, por enquanto, a sua maior preocupação, ao mesmo tempo que assume a sua ambição maior de ainda poder marcar presença no campeonato do mundo da modalidade, apesar de, a priori, reconhecer que para tal terá que contar com uma dose extra de sorte, pois o seu esforço já está estregue à causa há muito tempo.
“Muitos colegas meus já foram muito mais além do que o Afrobasket, por isso almejo a possibilidade de um dia ir a um campeonato do mundo ou mais concretamente aos jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016”, confessa Paulo, sem deixar de frisar que por ora espera poder acumular mais “boas prestações nas exibições, pois esse sim é o desafio”.
O basquetebol é a segunda modalidade mais praticada em Cabo Verde, depois do desporto rei, o futebol. A selecção cabo-verdiana de basquetebol está inserida no grupo D do Afrobasket, ao lado da Argélia, do Zimbabué e da Costa do Marfim. Com um olhar pouco crítico, Martinho diz que os “Tubarões Martelo” já são uma equipa bastante temida no Afrobasket. “Isso é fruto das prestações em edições anteriores, logo tudo irá depender do conjunto que for representar Cabo Verde e da maneira como encararem os jogos, até porquê é um grupo bastante acessível”.
Já a partir da primeira quinzena de Agosto, todos os caminhos deste árbitro internacional irão dar à Tunísia. Aqui, a competição de selecções de basquetebol de África arranca a 19 de Agosto e prolonga-se até o final desse mês, logo, Paulo e outros árbitros estarão reunidos com a comissão organizadora para que possam fazer as nomeações que serão conhecidas exactamente um dia antes dos jogos.
Paulo Martinho à caminho do Afrobasket 2015
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