Maria da Luz Monteiro, deputada do PAICV, avalia positivamente o estado da Saúde em Cabo Verde e a reforma que tem sido feita nesse sector neste último ano parlamentar.
“Se há um sector onde mais se reflecte a dinâmica de transformação do país é na saúde”. De acordo com a Maria da Luz Monteiro, deputada do PAICV, os ganhos são visíveis, com saltos significativos, graças às políticas do Governo mediante a elaboração de um conjunto de documentos estruturantes, designadamente a elaboração dos Planos Nacionais de Saúde (PNDS) 2008-2011 e 2012-2016, Política Nacional de Saúde 2020, assinatura do Pacto Nacional de Saúde, documentos estratégicos para o VIH/SIDA, Paludismo, Nutrição, entre outros. Permitindo assim, uma maior eficiência organizacional, descentralização de gestão e partilha de recursos e responsabilidades.
Maria da Luz Monteiro afirma que os impactos na melhoria dos indicadores da saúde são evidentes e que hoje Cabo Verde posiciona-se como um dos poucos países do continente africano em condições de atingir os objectivos do desenvolvimento do milénio.
“Não é por acaso que na sub-região da África Ocidental estamos entre os países com melhores indicadores de saúde da população, apresentando a taxa de mortalidade infantil mais baixa do continente. Ocupamos lugares cimeiros nos quesitos saúde materna, saúde sexual reprodutiva e taxa de mortalidade geral”, afirma.
A deputada do PAICV alega que a taxa de mortalidade infantil de 108 por mil em 1975 passa para menos de 20 por mil em 2014. E que houve diminuições consideráveis nas taxas de mortalidade perinatal (18 por mil), mortalidade geral (5.1 por mil) e mortalidade materna (48.4 por mil). Acrescenta, que a taxa de vacinação atingiu os 95% tendo-se, também, introduzido novas vacinas no calendário vacinal.
“Há mais de uma década o país viu-se livre de difteria e da poliomielite. Hoje temos a maior taxa de esperança de vida do continente. Sendo 79 para as mulheres e 71 pra os homens. O nível do financiamento aponta para 1.200$00, gastos na saúde, por cada cabo-verdiano”.
Maria da Luz Monteiro defende que os cuidados primários de saúde ganharam maior atenção e centralidade nas ações do sector da saúde, sem se ter descurado os sectores secundários e terciários.
“Introdução da telemedicina foi um grande ganho para o sistema nacional de saúde. Hoje se faz teleconsultas nas mais diversas áreas (cardiologia, hematologia, neurologia, pediatria, medicina interna) o que contribui muito para a diminuição das listas de espera para consultas de especialidades, mas também diminui consideravelmente as evacuações tanto internas como externas”.
A criação da região sanitária de Santo Antão, Fogo e Brava, a entrada em funcionamento do centro de hemodiálise no Hospital Dr. Agostinho Neto, na Praia, e os investimentos na neonatalogia com reforço de especialistas da área e nas áreas de oftalmologia e orto-traumotologia são alguns dos aspectos que a deputada Maria da Luz aponta ao fazer a avaliação positiva do desempenho do Governo no sector da Saúde.
“Verificou-se redução da carga de morbilidade e de mortalidade devido à tuberculose e o paludismo, onde já atingimos a meta dos ODN. Cabo Verde está entre os quatro países Africanos em vias de erradicar a paludismo no horizonte 2020”, afirma.
De acordo com a deputada houve uma redução de 15% da taxa de transmissão vertical mãe-filho para 2.9% em 2014. “Neste momento, o atendimento dos pacientes com VIH-SIDA foi descentralizada para todos os municípios do país, incluindo o acesso gratuito dos anti-retrovirais”.
Medidas de vigilâncias
Livre das epidemias, sendo a última a dengue, para deputada do PAICV, as medidas de vigilâncias em curso tem permitido que Cabo Verde não figure no mapa de países com ébola, cólera, poliomielite, dengue, febre amarela, chicungunhia, entre outras epidemias que ocorrem na sub-região da África Ocidental ou nos países que se tem uma dinâmica populacional mais intensa (Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe).
“Destacamos com orgulho e sentido de responsabilidade, o trabalho efectuado no país durante a ameaça do mortal vírus do Ébola”, afirma Maria da Luz Monteiro.
“O país está muito bem estruturado”
No que concerne a infra-estruturas, Maria da Luz diz que o país está muito bem estruturado com investimentos feitos em todas as ilhas. Tanto em nível de hospitais, Centros de Saúde, Centros de Saúde sexual reprodutiva, Delegacias de Saúde e Unidades sanitárias de base. Permitindo, portanto, que cerca de 90% da população tenha acesso a uma estrutura de Saúde a menos de trinta minutos.
“Recursos humanos é outro sector onde o Governo mais tem investido nos últimos anos, apostando na formação, capacitação e formação contínua dos seus quadros. Dos 396 médicos do Sistema Nacional de Saúde 190 são especialistas”, afirma a deputada.
Entretanto, a deputada Maria da Luz Monteiro, admite a existência de alguns constrangimentos, tais como: a insuficiência, em número e qualidade, de profissionais com formação específica para os cuidados primários da saúde, a persistência do déficit no acesso às consultas de especialidades nas regiões periféricas, a inexistência de um sistema de emergência pré-hospitalar, a inexistência de resposta no país aos serviços de Radioterapia, entre outros.
“O Governo está ciente desses constrangimentos e tudo fará para ultrapassá-los, bem como os novos desafios que vão aparecendo na Saúde”, conclui.
O balanço sobre o estado da Saúde é positivo, diz deputada do PAICV
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