O presidente da Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL) disse hoje que o ministro da Justiça, José Carlos Correia, não tem moral e ética para apresentar queixa-crime contra CCSL e seu presidente, tendo considerado o governante de “delinquente e criminoso”.
Em conferência de imprensa hoje na Cidade da Praia, José Manuel Vaz reiterou as afirmações feitas na quinta-feira, de que “o ministro da Justiça está a tentar abrir portas ao narcotráfico e ao terrorismo em Cabo Verde”, ao não responder às reivindicações dos funcionários da Polícia Judiciária (PJ), agora com ameaça de demissão em bloco.
Perante a pressão dos funcionários da PJ, com sucessivas reivindicações, o ministro José Carlos Correia justificou o posicionamento do Governo com a indisponibilidade financeira para acudir às exigências.
Entretanto, reagindo à recente ameaça por parte dos funcionários da PJ com a demissão em bloco, o ministro fez um sublinhado afirmando que os mesmos não são “mercenários públicos, mas sim funcionários públicos” e lembrou ainda que “não são insubstituíveis”, pelo que podiam demitir-se, porque “o Estado não funciona sobre chantagem…”.
As declarações do governante provocaram a ira do sindicalista chegando a ponto de acusar o ministro de “estar a abrir portas ao tráfico de drogas e ao terrorismo.
Reagindo a esta acusação do sindicalista, José Carlos Correia apresentou, sexta-feira, 17, uma queixa-crime em seu nome próprio e no do Governo contra a pessoa de José Manuel Vaz e a CCSL.
Face a isso, o sindicalista José Manuel Vaz convidou esta segunda-feira a imprensa para apresentar o seu pondo de vista sobre a polémica instalada, tendo sido “acutilante” nas palavras, chamando o ministro de “rapazinho”, indo a ponto de afirmar que ele (ministro) é um “delinquente e criminoso”.
“Qual é a moral que esse senhor tem para apresentar queixa-crime contra José Manuel Vaz e a CCSL, sabendo que ele José Carlos Correia, ministro da Justiça, não cumpre e não acata as decisões dos tribunais deste país. Portanto, ele não tem moral”, sublinhou o sindicalista.
José Manuel Vaz, argumentou, a título de exemplo, o caso do não pagamento de cerca de 15 mil contos em retroactivos de promoção aos funcionários, isto, conforme adiantou, depois de o Tribunal ter julgado o ordenado o pagamento do montante.
“Ele não acatou a decisão do Tribunal…, se eu fosse juiz e esse senhor aparecesse no Tribunal a apresentar uma queixa, eu mandava esse senhor logo para a cadeia para lhe mostrar que a decisão dos tribunais deve ser respeitada”, salientou.
Por outro lado, o presidente da CCSL classificou a situação laboral no Ministério da Justiça de “muito grave” indicando diversos problemas envolvendo os guardas prisionais, os funcionários da PJ e o pessoal e dos Registos e Notariados.
“José Carlos Correia é o pior ministro da Justiça que Cabo Verde já teve desde da independência”, afirmou.
“Ele deve ao pessoal da PJ, dos registos e notariados e aos agentes prisionais cerca de 97 mil contos. Em vez de resolver essas reivindicações vem agora ameaçar, perseguir e tentar intimidar a CCSL e José Manuel Vaz”, disse, explicando que é por isso que o chama de delinquente e criminoso.
Entretanto, disse que apesar de tudo a CCSL está aberta para “em diálogo franco e aberto” com o Governo e não como o “rapazinho arrogante e prepotente”, resolver as reivindicações de toda as classes que fazem parte do Ministério da Justiça.
O sindicalista disse também que “está de boa saúde” para responder nos tribunais e vai avisando que se qualquer coisa acontecer à sua pessoa, “o primeiro suspeito será o Governo ou o ministro José Carlos Correia e sua rede…”.
Fonte: Inforpress
Presidente da CCSL diz que ministro da Justiça não tem moral para apresentar queixa-crime contra ele e o sindicato
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