O MpD “deverá ganhar” as próximas eleições legislativas, previstas para o primeiro trimestre de 2016, segundo o “Outlook” para 2015-16, do “Economist Intteligence Unit”. Entretanto, destacados dirigentes do PAICV afirmam estar na posse de dados que indicam uma vitória “clara” nas próximas eleições.
O “Economist…”, com sede em Londres (Inglaterra), justifica esta percepção, que poderá redundar numa vitória da oposição nas próximas eleições, com o desgaste do Governo, depois de 15 anos de exercício do poder executivo e com a crise que assola o país.
Por outro lado, a mudança de liderança do PAICV, com a eleição de Janira Hopffer Almada, a poucos meses das eleições “não é de molde a permitir a construção de uma alternativa aos olhos da população”, considera o “Outlook” para 2015-16.
Por outro lado, a vitória do MpD nas últimas eleições municipais e o “reconhecido bom desempenho” do líder do MpD, Ulisses Correia e Silva, enquanto edil da capital, “permitiu unificar o MpD e deu-lhe uma sólida base local, que deverá ser decisiva nas próximas legislativas”, escreve a publicação inglesa.
DÍVIDA PÚBLICA
Ainda segundo a mesma, Cabo Verde corre sério risco de agitação social, nomeadamente, em virtude da elevada taxa de desemprego, essencialmente jovem, o que, a acontecer, poderá dificultar seriamente as hipóteses de recuperação económica do país.
“Apesar da recuperação económica na União Europeia, Cabo Verde não demonstra estar a aproveitar esta melhoria no seu principal parceiro, temendo-se que a crise grega possa vir a ter um efeito perverso sobre as expectativas de crescimento do investimento e criação de emprego”, observa.
A capacidade limitada do Governo para atenuar os choques externos, devido à elevada dívida pública, de acordo com a mesma fonte, poderá colocar “sérios problemas” a nível de capacidade de intervenção do Executivo de José Maria Neves, na atenuação de possíveis consequências negativas da conjuntura externa de Cabo Verde.
SONDAGEM DO PAICV
A NAÇÃO sabe, no entanto, que o PAICV encomendou uma sondagem para aquilatar o seu posicionamento no terreno, tendo em conta os próximos embates. Dois destacados dirigentes “tambarinas” prometeram facultar-nos esse estudo de opinião, mas, apesar da nossa insistência, o documento, até ao fecho desta edição, não deu entrada na nossa Redacção.
Sobre o referido estudo de opinião, as informações que este jornal pôde obter junto de pessoas do PAICV são contraditórias. Umas dizem que a situação é “mesmo complicada” e outras consideram que os dados “são favoráveis” a uma vitória “clara” nas próximas eleições legislativas.
Destacados dirigentes do PAICV garantem que “tudo está sob controlo, execeptuando São Vicente, enquanto que para outros militantes desse partido, menos optimistas, que dizem ter tido acesso à sondagem, “a situação é mesmo complicada”, com os “tambarinas” a correrem o risco de perderem, pela primeira vez, a ilha do Fogo.
Aliás, este semanário trouxe, nas últimas edições, incluindo nesta (Ver página A03), algumas matérias dando conta de um certo desnorte do PAICV naquelas duas regiões políticas na feitura das listas para as próximas eleições legislativas. Um quadro que se repete noutros pontos do arquipélago, como é sabido, pese embora o MpD enfrente, também, o mesmo tipo de problema, ainda que com menos intensidade.
Legislativas de 2016: “Economist Intelligence Unit” aponta para vitória do MpD
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