A Comissão Parlamentar de Inquérito – Sistema Marítimo (CPI-SM) quer voltar a ouvir o capitão dos Portos de Sotavento na altura do naufrágio do navio Vicente, João de Deus, antes do terminar o relatório sobre o acidente.
Em declarações hoje à imprensa no final da audição do armador do navio Vicente, Gerard Ascher, a presidente da CPI-SM, Eunice Silva, disse que esta não é uma decisão que está certa, mas que deve efectivar-se.
“Muito embora já estamos a trabalhar no relatório, com a audição de quase 50 pessoas, ainda não temos conclusões, com o armador é o último na agenda. Entretanto, há uma proposta que surgiu muito recentemente, de tornar a chamar o capitão dos Portos de Sotavento e o inspector que esteve de serviço naquele dia, João Emanuel Barbosa Brazão”, anunciou.
Segundo Eunice Silva, mesmo que os dois vierem a ser chamados de novo, o plano de trabalho da comissão “não vai se alterar”, que pretende entregar o relatório antes do término do ano parlamentar e férias dos deputados, no final de Julho, lembrando que a CPI-SM tem seis meses para ter o relatório pronto, mas que em quatro meses deve estar pronto.
Sobre a audição de hoje, a deputada não revelou pormenores, mas avançou que o armador mostrou que tem a sua opinião sobre as causas que provocaram o acidente, sustentado que caso alguém seja responsabilizado sobre o naufrágio, o assunto segue para os tribunais que têm o poder para incriminar.
À saída da audição, o armador não quis prestar declarações aos jornalistas, afirmando que deu a informação que lhe foi pedida, mas que não pode tornar público o que disse aos deputados, ou seja, que explicou a situação de acordo com o que conhece da realidade, cabendo agora à CPI produzir o respectivo relatório.
No final da audição de Gerard Ascher, deu-se o início da apreciação do relatório da CPI, elaborado pelos deputados relatores Pedro Alexandre (MpD – oposição) e Julião Varela (PAICV- no poder).
Além do armador, a CPI ouviu, na última semana, alguns membros do Governo, nomeadamente a ministra das Infra-estruturas e Economia Marítima, Sara Lopes, mas antes, a comissão esteve também no Fogo, em São Vicente e na Cidade da Praia, onde ouviu todas as entidades ligadas ao sector marítimo que, de forma directa ou indirecta, estiveram envolvidos no afundamento do navio Vicente.
O navio Vicente, que pertencia à Companhia Tuninha, afundou-se no dia 08 de Janeiro, a quatro milhas do porto de Vale dos Cavaleiros, na ilha do Fogo, com 26 pessoas, sendo que 11 foram resgatadas com vida e quatro morreram, incluindo uma a criança de seis anos. As outras 11 desapareceram-se no mar.
Fonte: Inforpress
CPI – Sistema Marítimo quer voltar a ouvir o capitão dos Portos de Sotavento sobre naufrágio do “Vicente”
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