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Cultura

Música de mãos dadas com acção social

Thairo Kosta é um jovem cabo-verdiano que quer singrar na música e, ao mesmo tempo, apostar na acção social ajudando quem mais necessita. O primeiro projecto deste artista visa apoiar o Centro de Acolhimento Tendas El-Shaddai, através de um espectáculo de lançamento do single e videoclip “Sentru di Injúria”.

O seu nome é Emileno Moreira da Costa, mas é conhecido no mundo artístico e pelos amigos por Thairo Kosta. Este jovem artista, de 28 anos, é natural de Santa Cruz, ilha de Santiago, mas, em 2011, mudou-se para a Cidade da Praia com o propósito de continuar os estudos e, sonhando, também, um dia poder gravar um álbum.

Apaixonado pela tradição cabo-verdiana e movido pelo espírito africanista, Thairo Kosta quer singrar na sua carreira musical, tendo sempre em mente que “a música pode andar de mãos dadas com a acção social”. Ajudar quem mais necessita é o objectivo do primeiro projecto deste jovem artista, que lança no sábado, 18, pelas 19 horas, no Palácio da Cultura Ildo Lobo, na cidade da Praia, o seu single e videoclip intitulado “Sentru di Injúria”.

Em conversa com A NAÇÃO, Thairo Kosta diz que, querendo ajudar, organiza um espectáculo em que parte da receita é disponibilizada as Tendas El-Shaddai, um centro de resgate de pessoas com problemas de toxicodependência. “O meu objectivo não é só ser conhecido através da música, mas também ajudar as pessoas mais necessitadas. O espectáculo conta com as participações de artistas como Bob Mascarenhas, Rui Cruz, Cátia Borges, Kaká Barbosa, Jorginho, entre outros. Será lançado o single e vídeoclip “Sentru di Injúria”, uma música que retrata a escravatura, uma das grandes vivências dos nossos ancestrais”, explica.

Como começou

Thairo Kosta é um dos poucos jovens cabo-verdianos que actualmente prevalecem em estilos tradicionais como o Finason e o Batuku, mas, também ele iniciou-se no hip hop, tentando incutir a identidade cabo-verdiana nesse género musical.

“Comecei no hip hop, mas sempre tive uma ligação com o tradicional porque queria fazer as pessoas perceberem que o hip hop que eu fazia tinha a identidade de Cabo Verde. Participei no CD ‘Talentos de Santa Cruz’, que foi produzido pela Câmara Municipal, e, a partir daí, tomei consciência que temos um valor próprio, não é preciso irmos à base da imitação”, salienta.

Este artista reconhece que há uma tendência dos jovens em copiar a cultura de outros países e que é estranho ver um jovem da sua idade com o estilo Finason e Batuku. “Entrei com um compromisso forte com a minha cultura porque Cabo Verde é um país que tem valor, história e uma identidade forte, por isso, temos que levá-los em consideração e lutar por aquilo que é nosso”, afirma Thairo Kosta que diz ser inspirado em Tcheka, Bulimindo e na saudosa rainha do Finason, Nha Násia Gomi.

Projectos

Pretendendo sempre ajudar os mais necessitados e contribuir para o desenvolvimento cultural e social de Cabo Verde, Thairo Kosta tem a ambição de gravar um álbum, tendo em vista também, alertar as pessoas que há forma de cada apoiar quem mais precisa. “Pretendo gravar um álbum que vai se identificar fortemente com a cultura cabo-verdiana. Já tenho um trabalho que está pronto, um batuku-finason, intitulado ‘Mudjer ki bali’, com a participação de Jay, que brevemente vai estar no mercado em forma de single”, adianta.

Este jovem artista começou a fazer o curso de inglês, mas, segundo diz, pretende mudar para psicologia porque ganhou interesse por esta área.

Thairo Kosta deixa um apelo aos outros artistas cabo-verdianos, no sentido de tentarem “conciliar a música com o activismo social, não pensando só neles próprios, mas sim realizar acções que beneficiam as pessoas com necessidades, que são, muitas vezes, ignoradas e desvalorizadas”.

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