AAberta a época balnear desde finais de Junho, na capital do país as praias continuam sem a vigilância de nadadores salvadores. Ao que A NAÇÃO pôde apurar, esta situação deve-se ao alegado desentendimento entre a Câmara Municipal da Praia (CMP) e Agência Marítimo Portuária (AMP) sobre o pagamento dos salários dos nadadores salvadores.
Chamados para fazerem o curso de reciclagem anual, os cerca de 10 nadadores salvadores da capital estão, agora, à espera de começar a trabalhar. As praias estão sem vigilância e esse colectivo teme o pior, mormente sobretudo quando Quebra Canela e Prainha se mostram cheias de crianças e adolescentes em férias. “A praia está cheia de banhistas, mas não há nadadores salvadores. Gostávamos de estar nas praias, neste momento, a trabalhar”, disse ao A NAÇÃO Juvenal Santos, “Tuga”, vice-presidente da associação de nadadores salvadores da Praia.
Ao que A NAÇÃO pôde apurar, em causa está um braço de ferro entre a CMP e a AMP, em relação ao pagamento dos salários dos nadadores salvadores. Tuga diz que a associação tem conhecimento da existência de verbas para colocar os nadadores salvadores nas praias e, por isso, questiona as autoridades sobre o que é que se está a passar para as praias estarem ainda sem vigilância.
“Se há salários para um monte de outras actividades, porque é que não há para os nadadores salvadores, que é mais importante do que todos os outros?”, questiona. Até porque, neste momento, “há 12 nadadores salvadores em casa, que têm famílias, responsabilidades, mas que não têm vencimento”.
Parte do salário dos nadadores tem sido assegurada pela seguradora Garantia, que tem sido uma parceira da associação nos últimos três anos, contribuindo com cerca de 300 contos, metade disponibilizada em Janeiro e a outra metade em Agosto. “Há muitas instituições do poder local, central e privados que não fazem nada para nos ajudar a trabalhar. Temos os materiais fechados, o dinheiro bloqueado e não há trabalho para nós”, assegura indignado aquele nadador salvador.
Entretanto, A NAÇÃO tentou falar com Gilberto Silva, vereador para a área em causa, mas a resposta foram apenas informações enviadas por terceiros à nossa redacção, dando conta de que na época balnear 2015 (que já começou) estariam a vigiar as praias da capital 12 nadadores salvadores, sendo oitos afectos à associação de nadadores, e quatro profissionais dos Bombeiros Municipais da Praia. Contudo, até ao fecho desta edição, as praias continuavam sem vigilância e sinalização adequada, ou seja, sem bandeira sequer.
Braço de ferro entre AMP e CMP deixa praias da capital sem vigilância
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