A Aliança Democrata-Cristã Independente de Santo Antão (ADCI-SA), estrutura política que se assume como municipalista, vai lançar-se na corrida autárquica naquela ilha. A ideia passa por organizar grupos independentes para concorrer, já em 2016, em cada um dos três concelhos, sem perder o foco na complementaridade das políticas que propiciem o desenvolvimento da ilha.
Estruturada por naturais de Santo Antão que residem no país e no estrangeiro, a ADCI-SA alicerçou-se há cerca de um ano e já se oficializou enquanto organização política “regionalista e municipalista”, como escreve o seu mentor António Silva, natural do Paul e professor universitário na Holanda.
Dado esse passo, a ADCI está no terreno a sensibilizar pessoas com experiências de trabalho nos municípios, capazes de “juntar todas as forças da ilha, para promover unidade de pensamento, de sentimento e de objectivos”, numa nova largada que se projecta para Santo Antão.
QUADRO COBIÇADO
A ADCI já tem algumas pessoas identificadas, garantem os promotores, e uma delas é um ex-quadro da Câmara Municipal da Ribeira Grande, que hoje trabalha por conta própria e que “granjeia respeitabilidade naquele concelho”. O nome ainda não se revela, mas o A NAÇÃO sabe que, nas autárquicas anteriores, tanto o MpD como o PAICV tentaram convencer o mesmo quadro a entrar nas respectivas listas. Mas ele preferiu continuar a servir o concelho que o viu nascer sem se expor ao jogo político no qual, muitas vezes, as questiúnculas individuais sobrepõem a ideias e projectos.
Para Porto Novo e Paul, também não se anunciam nomes. Entretanto, optimistas, os integrantes da ADCI não rendem guarda e mostram-se dispostos a fazer do diálogo, consenso, compromisso e esperança nutrientes-base para montar as candidaturas nos três concelhos em Santo Antão.
Independentemente de quem integrar as listas, a ADCI ambiciona, sobretudo, ter voz nas assembleias e câmaras de Santo Antão, de modo a tornar as discussões mais plurais e frutíferas para as gentes que lá residem.
HÁ UM ANO NO TERRENO
De referir que há menos de um ano, António Silva apresentava os princípios basilares da ADCI, colocando a família como “núcleo formador, que tem um papel importante nos valores e identidade dos santantonense”. Nessa linha defendia que “todas as acções para o desenvolvimento da ‘Ilha das Montanhas’ devem ser orientadas de forma integrada, para conquistar, passo-a-passo, a sua autonomia económica, cultural, intelectual e social”.
A partir desses pressupostos, a ADCI começou a mobilizar meios e pessoas, não só no país, como na diáspora. Na Holanda, onde vive António Silva, vai se afirmando no seio dos emigrantes naturais de Santo Antão, mas, também, já estendeu as suas acções à França, Luxemburgo, Itália e outros países europeus. Agora quer recolher subsídios de amigos e simpatizantes para cimentar ideias direccionadas para o desenvolvimento económico, saúde pública, ensino, ciências & tecnologias, modernização da administração, política local, desenvolvimento ambiental, agricultura, pecuária e agro-negócios, assim como desenvolvimento social e cultural.
E é, pois, desse conjunto que a ADCI pretende fomentar um projecto político, social, cultural e económico, que coloque Santo Antão na ribalta do desenvolvimento.
Autárquicas’2016 : Aliança Independente vai concorrer nos três municípios de Santo Antão
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