As tarifas praticadas pela Transportadora Aérea Cabo-verdiana (TACV) nos voos domésticos e na ligação com os EUA foram criticadas hoje, no Parlamento, com a oposição a pedir a intervenção do Governo e o PAICV a defender que o Executivo não pode interferir.
Esta questão foi trazida ao Parlamento pelos deputados pelo círculo eleitoral das Américas, tanto do Movimento para a Demoraria (MpD-oposição), Cristiano Monteiro, como do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-no poder), Sidónio Monteiro, antes do período da ordem do dia na sessão plenária de Junho.
Os custos das passagens e a ligação de Praia/Providence, (Estados Unidos da América – EUA) segundo os dois deputados, são “irrealistas e não satisfazem as aspirações”, o que trouxe um “descontentamento generalizado”, juntamente com a redução do peso da bagagem a transportar e ao aumento das tarifas para os voos domésticos, “constituindo um autêntico descaso”.
“Os cabo-verdianos não podem continuar a pagar os custos de uma política dos transportes aéreos errada e de uma gestão ineficiente. Os cabo-verdianos querem visitar a sua terra a um preço justo e na nossa companhia de bandeira. Temos orgulho na nossa bandeira, não nos obriguem a mudar de companhia por causa dos preços praticados e da teimosia da administração dos TACV”, disse Cristiano Monteiro.
Por sua vez, Sidónio Monteiro afirmou que “não se compreende” o porquê que em determinados momentos a TACV, aumenta o número de volumes para voos da Europa, e para os EUA, decidiu não só aumentar as tarifas como também reduzir o número de bagagem e o respectivo peso.
“Nem eu próprio, nem qualquer um dos presentes entende o porquê do exorbitante da tarifa para se ir ou vir dos EUA este momento (…), mas apelamos aos órgãos dirigentes da companhia a agirem com bom senso, em nome dos superiores interesses das nossas comunidades emigradas”, pediu Sidónio Monteiro.
Já o líder parlamentar do MpD, Fernando Elísio Freire, considerou que neste processo em que a TACV não acatou as ordens da Agência da Aviação Civil (AAC) no sentido de não praticar o aumento dos preços nas passagens, que o Governo “deve intervir”.
“De nada vale ter uma empresa pública se o Governo não tem mãos sobre a gestão, sobre as rotas e não tem mãos sobre os preços, ficando tudo entregue ao Deus dará, mas o Governo, hoje e agora, tem de assumir as responsabilidades pelos caos que se vive neste momento no sector dos transportes aéreos”, frisou.
Para António Monteiro, deputado da União Cabo-verdiana, Independente e Democrática (UCID), desta forma o caos pode chegar ao país, tendo em conta que uma entidade regulada não respeita a decisão da reguladora, razão por que pediu que o Governo intervenha, através do primeiro-ministro, José Maria Neves, a liderar o processo, dando instruções para que as empresas acatem as decisões das entidades reguladoras.
Já o líder parlamentar do PAICV, Felisberto Vieira lembrou que este processo deve “andar dentro do quadro legal, ou seja, “que a AAC tem mecanismos legais para aplicação de sanções à TACV”, sendo que o mesmo pode ir até ao Tribunal para ser resolvido, “que é a entidade para resolver este tipo de conflito, porque o Estado não entra na avaliação de decisões que a administração da TACV toma”.
Já o ministro da Defesa e dos Assuntos Parlamentares, Rui Semedo garantiu que as questões colocadas pelos deputados serão “devidamente avaliadas”, sublinhando que o Governo tem por missão “não interferir” com as entidades reguladoras que “são independentes”.
Fonte: Inforpress
Tarifas praticadas pela TACV criticadas no Parlamento
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