A Cidade Velha, Ribeira Grande de Santiago, berço da nacionalidade cabo-verdiana, continua a ter como uma das suas principais prioridades a conservação do título de Património Mundial da Humanidade, classificação que o sítio histórico conseguiu faz seis anos.
“A maior prioridade é conservar o título”, afirmou ao A NAÇÃO, o Curador da Cidade Velha, Jair Fernandes que aponta alguns requisitos importantes que tem de ser seguidos para se obter tal efeito. “O pleno envolvimento da comunidade no processo de gestão, a conservação dos valores arquitectónicos e urbanísticos, dinamizar a actividade científica com especial atenção para a investigação arqueológica, a criação das condições de acolhimento dos visitante e de espaço de fruição cultural, caso dos museus etc”, aponta.
Todos estes pontos conjugam, ainda segundo o Curador, com a “melhoria das condições de vida da comunidade residente, actualização do Plano de Gestão e Plano Operacional do Turismo e a definitiva resolução do problema do saneamento do meio”, tendo como um dos desafios, defender os interesses daquele Património Mundial, com envolvimento dos habitantes da zona “deixando de lado outros interesses, sobretudo político-partidário”, adianta.
A Cidade Velha completa esta sexta-feira, 26, seis anos da sua elevação a Património da UNESCO e a Curadoria preparou uma ampla actividade que começou quinta-feira (25) como um ciclo de debate evolvendo toda a parte histórica do local assim como o processo da sua elevação, concurso e projecção de fotos. As actividades terminam a 11 de Julho com conversa Cidade Velha, o seu Património e Cidadania”, dirigido a jovens quadros do concelho.
Desde a sua classificação, vem aumentando o número de visitantes àquele pólo histórico que guarda a história da nação cabo-verdiana. Segundo dados do Estudo dos Impactos do Turismo, apresentados neste ano a Cidade Velha recebe, por ano, cerca de 50 mil turistas. Um estudo que recomenda ainda que é “necessário e urgente a elaboração do Plano operacional para o desenvolvimento turístico da Cidade Velha, visando a definição de estratégias para o cabal aproveitamento das potencialidades turísticas e culturais e a correcção das fraquezas identificados”.
A Curadoria ainda esta a trabalhar, junto com alguns parceiros, para a melhoria de cerca de 60 casas dentro do sítio histórico para melhorar as condições habitacionais bem como harmonizar as moradias com o exigido pela UNESCO. “Em breve iremos começar a execução do Plano Operacional do Turismo, montagem do projecto do Museu de Arte Sacra. Isso irá permitir fechar o plano de acção bianual proposto á alta curadoria”, adianta Jair Fernandes.
Apesar de afirmar, no início, que uma das maiores prioridades de trabalho neste momento é preservar o título, Jair Fernandes garante que a Cidade Velha não corre o risco de perder o título conseguido, Jair Fernandes diz que é uma possibilidade remota. “Mas temos estado a trabalhar com a comunidade de forma a sensibiliza-los com o fito de comportamentos mais condizentes com a salvaguarda do património, trabalhando sobretudo com as associações comunitárias”. CG
“Maior prioridade é conservar o título”- Jair Fernandes, Curador da Cidade Velha
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