As previsões pluviométricas de 2015 para Cabo Verde colocam as ilhas do Fogo e Brava em situação “bastante deficitária”, mas as restantes ilhas aparecem em situação normal, com quantidade de chuva “suficiente” para garantir a produção agrícola.
As previsões foram apresentadas hoje pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG), durante a reunião de preparação para a época das chuvas de 2015, a decorrer na Cidade da Praia sob a égide do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB).
Antonino Pereira, técnico do INMG, segundo a Inforpress, apresentou as previsões dos grandes centros mundiais, regionais e nacionais para os meses de julho, agosto e setembro, em que o fator comum dá conta de que a situação será “deficitária” para o país, em que a quantidade de chuva não será suficiente para garantir a produção agrícola satisfatória e a recarga dos lençóis freáticos em grande escala.
Já os centros regionais preveem uma situação acima do normal na zona, que engloba desde o Níger, no continente africano, até ao arquipélago cabo-verdiano, afetado em 2014 por falta de chuva, o que provocou um mau ano agrícola.
As previsões nacionais, porém, por seu lado, indicam uma situação “normal”, com “ligeira tendência excedentária” em Santo Antão, Santiago e São Nicolau, enquanto as ilhas do Fogo e da Brava apresentam uma previsão “bastante deficitária”.
Antonino Pereira adiantou que as previsões são feitas com base numa correlação com a temperatura das águas do mar e salientou que, se houver a continuidade do aquecimento das águas do atlântico equatorial e nordeste do atlântico, a situação da ilha do Fogo poderá evoluir positivamente.
Confrontado com a tradição de que após uma erupção vulcânica – o vulcão do Fogo esteve em atividade entre 23 de novembro a 12 de fevereiro deste ano -, o ano costuma ser sempre marcado por chuvas, o técnico do INMG explicou ser impossível precisar a informação.
Contudo, Antonino Pereira disse que, durante a erupção vulcânica, há sempre a libertação de grande quantidade de aerossóis, que, além de interferir no balanço energético, energia que sai do solo para o espaço, constitui aquilo que se chama de “núcleo de condensação”.
“Isto é, as gotículas de água condensam-se à volta dessas partículas e, tendo uma grande quantidade de aerossóis, vamos ter uma condensação em massa e provavelmente essa condensação levará à precipitação. E isto poderá explicar a relação erupção/chuva abundante”, explicou.
Antonino Pereira sublinhou que de uma forma geral as previsões do INMG não são muito encorajadoras, mas também não são pessimistas.
“Em termos agrícolas, poderemos ter uma situação normal, que dá pelo menos para garantir a segurança alimentar das pessoas durante o ano, isto fazendo a média das ilhas com melhores previsões e das com previsões não muito boas”, apontou.
A agricultura foi bastante afetada com a falta de chuvas em 2014. As seis barragens entretanto construídas, seis em Santiago, e uma nas ilhas de Santo Antão e São Nicolau, estão vazias.
Fonte: Lusa
Previsão pluviométrica para 2015 em Cabo Verde indica retoma da chuva – INMG
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