O artista e compositor Valdemiro “Vlú” Ferreira está a ponderar se concorre à Câmara Municipal de São Vicente. O também empresário da área do turismo de cruzeiro considera que a ilha está “down” e precisa de alguém, como ele, que conheça e resolva os seus problemas.
Vlú admite estar a passar por alguma “pressão”, de pessoas amigas e conhecidas, para se candidatar à presidência da Câmara Municipal de São Vicente e, embora não dê como certo entrar na corrida autárquica, não descarta essa hipótese. “É algo que estou a pensar, sim, porque, com a idade e a experiência que tenho, está na altura de fazer mais para São Vicente que precisa de pessoas que sabem e pensam nela”, reage quando procurado pelo A NAÇÃO, para falar sobre o assunto.
Sem ligação, por ora, a nenhuma força política, o compositor e empresário do ramo de “shipping”, neste momento, ligado, também, ao ramo de turismo de cruzeiros, quer fazer algo pela “Ilha do Monte Cara”, que diz estar “down” e, por isso, necessitando de alguém que lhe dê mais atenção.
Confessa ter alguma bagagem, já que o seu trabalho lhe permite deparar, todos os dias, com os problemas de São Vicente, que “não são poucos, sendo o desemprego o maior”. Um conhecimento que revela ter colocado à disposição do actual edil, Augusto Neves, mas que o tem descartado com a sua conhecida “apatia”.
“São Vicente precisa de um poder local com mais capacidade de acção, que pense e resolva os seus problemas”, observa Vlú.
Baía das Gatas
Outro dos problemas apontados por esse artista é a situação de “abandono” que está votada Baía das Gatas e que diz servir como arma de arremesso entre a Câmara e a Agência Marítima e Portuária (AMP), sem que nenhuma das partes tome a iniciativa de reestruturar essa praia, que poderia ser um dos maiores pontos turísticos de São Vicente.
Para já, uma praia pela qual Vlú nutre um carinho especial, uma vez que foi um dos pioneiros, juntamente com Vasco Martins, Tey Santos e outros artistas, a fundar o Festival Musical Baía das Gatas, que já conta com 30 anos.
Aliás, há já alguns anos que Vlú critica o formato que tomou o Festival Baía das Gatas, depois de passar a ser organizado pela Câmara Municipal. Segundo ele, essa “gestão” vai contra os objectivos que despoletaram a criação do Festival, que “era de despertar a criatividade e a inovação”.
É por essas e por outras razões que este artista garante estar disposto a tomar o leme de São Vicente, ilha que classifica de “inspiradora e que tem sempre algo novo e diferente no ar”. Tanto assim é, que há muito tempo, serve desse “novo e diferente” para compor as suas músicas, principalmente as de Carnaval, que o tornaram tão conhecido dos mindelenses. E esse amor e entusiasmo, acredita, pode contar a seu favor, caso decida avançar para a corrida autárquica.
Entretanto, Vlú diz-se logo consciente de que, mesmo que haja toda a boa-vontade dos dirigentes locais em trabalhar para o bem das respectivas ilhas, “a estrutura de poder que existe no país não permite muita manobra para um presidente de Câmara, sem poder”. No fim, como sempre, “quem sai a perder é a população”, acredita.
Vlú pensa concorrer à Câmara Municipal de São Vicente
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