“Catxorrona” e “canilinha” são alguns elementos do imaginário tradicional cabo-verdiano que vão ser recriados no espectáculo “Nha Terra”, apresentado por um grupo de portugueses e mindelenses.
O espectáculo “Nha Terra”, que sobe ao palco do Centro Cultural do Mindelo nos dias 26, 27 e 28 de Junho, resulta da residência artística de dois meses entre a DEMO, um colectivo português de cinco pessoas, e cerca de 30 habitantes de São Vicente.
Neste cruzam-se áreas artísticas como o Teatro, Dança Contemporânea, Artes Plásticas, Música e Artes Tradicionais com o património imaterial e imaginário cabo-verdiano associado à produção artesanal da olaria e assente em novas linguagens estéticas.
Conforme Cheila Pereira, uma dos integrantes da Demo “o objectivo principal deste projecto é ter na base o processo artesanal de olaria, tanto porque o projecto tem essa característica de partir de um produto que seja relevante para o sitio de acolhimento”. A partir daí misturaram-se lendas, como catxorrona, canilinha, pé d´cabra, tradições e os contributos do elenco cabo-verdiano, que é a maioria.
Aliás o elenco cabo-verdiano, como refere Margarida Cabral, foi uma das surpresas com que deparou a DEMO, isto porque a principio esse grupo de actores profissionais portugueses originários da cidade de Guimarães pretendia trabalhar com pessoas inexperientes, mas acabou por ser o contrário
“Chegamos a ficar um pouco aflitos, porque queríamos que o projecto fosse o encontro entre actores e não actores, mas chegamos cá e só encontrávamos pessoas com experiências. Mas agora que o elenco está fechado conseguimos ter um grupo bem diversificado com pessoas não experientes, pessoas com experiência e nós actores profissionais”, sublinha Margarida Cabral.
“Nha Terra” faz parte de um projecto maior denominado “Sabor de Terra”, que inclui ainda a produção de um documentário, com o apoio principal da Direcção das Artes de Portugal e que conta com a participação musical de Tucim Bedje e Mandingas de Ribeira Bote. Os bilhetes para o espectáculo custam um preço simbólico de cem escudos.
“Catxorrona” e “canilinha” ganham vida no espectáculo “Nha Terra”
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