PUB

Política

PALOP foram os que receberam mais ajuda externa desde 1990 – Brookings Institution

Os países lusófonos em África foram os que receberam mais Ajuda Oficial ao Desenvolvimento entre 1990 e 2012, sendo também os que angariam mais receitas fiscais face ao PIB, segundo um estudo da Brookings Institution.
De acordo com o estudo ‘Private Capital Flows, Official Development Assistance, and Remittances to Africa: Who Gets What?’, levado a cabo pelo diretor da Africa Growth Initiative Amadu Sy e pelo professor convidado deste ‘think tank’ norte-americano Fenohasina Maret Rakotondrazaka, os países lusófonos africanos receberam, em média, 11% do Produto Interno Bruto em ajuda ao desenvolvimento.
Os anglófonos ficam-se pelos 6,2% do PIB, em média, entre 1990 e 2012, enquanto os francófonos estão ligeiramente abaixo, com 6,1%, sendo que a média para os países da África subsaariana está nos 6,8%.
“Os dados sugerem que os países lusófonos recebem a maior parte da ajuda ao desenvolvimento e a maior percentagem de receitas fiscais – como se mostra particularmente no caso de Angola e Moçambique, dois países ricos, e Moçambique recebeu grandes somas de ajuda”, refere o estudo.
De acordo com os dados do estudo, São Tomé e Príncipe é o país que recebeu mais ajuda externa na categoria de Ajuda Oficial ao Desenvolvimento, chegando quase a 20% do PIB, em média entre 2002 e 2012, seguido de Moçambique, com mais de 15%, e Cabo Verde, acima de 10%.
“Por outro lado, os países anglófonos são comparáveis aos da média dos países da África subsariana, ao passo que os francófonos estão abaixo da média em todos os tipos de fluxos financeiros”.
Olhando para as receitas governamentais por via dos impostos, a herança colonial também parece pesar, com os lusófonos a assumirem quase um terço do financiamento via receitas fiscais, entre 1990 e 2012, em média do PIB por ano.
Assim, os PALOP receberam 32,3% do financiamento do Estado, ao passo que esta via representou apenas 26% no caso dos anglófonos e 22,8% nos francófonos, sendo que a média da África subsariana é 24,8%.
“A herança colonial parece, assim, ser um importante fator no financiamento externo, e pode levar a diferentes tipos de níveis na proteção dos investidores”, concluem os autores, notando que “o fluxo externo de capitais, definido como a soma dos fluxos de capital privados, Ajuda Oficial ao Desenvolvimento e remessas para a região, não só cresceram rapidamente desde 1990, como a sua composição mudou significativamente”.
O ‘bolo total’ passou de 20 mil milhões de dólares, em 1990, para mais de 120 mil milhões, em 2012, sendo que “a maior parte do aumento dos fluxos externos para a África subsariana pode ser atribuída à subida nos fluxos de capitais privados e ao crescimento das remessas dos emigrantes, especialmente desde 2005”.
Fonte: Lusa

PUB

PUB

PUB

To Top