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Política

BAD pode construir a “terra prometida” em África – candidata cabo-verdiana à presidência

A candidata cabo-verdiana à presidência do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) acredita que a instituição é a única que está em condições para dar a África o impulso necessário para que o continente se torne na “terra prometida”.
Cristina Duarte, ministra das Finanças e do Planeamento de Cabo Verde, discursava na segunda-feira na Assembleia Geral do BAD, que decorre até sexta-feira em Abidjan, em que apresentou três “ideias fortes” da sua candidatura à sucessão do economista ruandês Donald Kaberuka, nas eleições de quinta-feira.
Na intervenção, Cristina Duarte defendeu a instituição do prémio Mulher Africana, a promoção de políticas de promoção da inovação e uma parceria mais eficaz entre os Estados e as instituições do continente como propostas para o que denominou “Bolsa de Ideias” para o desenvolvimento de África.
O prémio terá o nome escolhido entre uma personalidade feminina com um importante contributo para o desenvolvimento do continente, que poderá ter já falecido mas que deixou um legado suficientemente forte para ser celebrado, propôs Cristina Duarte, a primeira mulher a candidatar-se ao cargo em 50 anos de existência do BAD.
A governante cabo-verdiana defendeu também a criação de políticas que promovam a inovação, como, por exemplo, prémios, um fundo para investigação ligado à indústria, relações estreitas entre académicos, decisores políticos, empresários e inovadores.
A medida, segundo Cristina Duarte, visa criar condições para que África possa reivindicar como sua a tecnologia, dominando-a e democratizando-a, no âmbito dos esforços de desenvolvimento do continente nas áreas da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Por último, a candidata à presidência do BAD pediu às instituições africanas para que, em conjunto com os diferentes países do continente e parceiros externos, garanta que os recursos naturais e os bens manufaturados possam conter “valor acrescentado”, reduzindo os défices na cadeia de valor e aumentando as exportações.
“Nenhuma outra instituição está melhor adequada do que o BAD para dar a África o necessário impulso para alcançar a «Terra Prometida». Apelo a que todos reflitam em ideias, ações e propostas práticas visando o desenvolvimento de África”, concluiu Cristina Duarte.
Além da candidatura de Cabo Verde, à presidência do BAD concorrem sete outras, oriundas do Chade, Etiópia, Mali, Nigéria, Serra Leoa, Tunísia e Zimbabué.
Cristina Duarte passou pela administração pública antes de chegar ao Governo, de onde transitou, depois, para o Citibank (Quénia e Angola), tendo ainda feito vários serviços de consultoria em organismos internacionais.
Nasceu em Lisboa, a 02 de setembro de 1962, mas acabou por fazer os estudos primários e os primeiros anos do secundário em Angola, onde viveu até aos 12 anos. Após o 25 de abril de 1974, a família instala-se em Cabo Verde, aí terminando o liceu.
Cristina Duarte regressa a Portugal para se licenciar em Economia pela Universidade Técnica de Lisboa e, no início dos anos 1990, parte para os Estados Unidos, onde tira mestrados em Gestão de Empresas e em Gestão Internacional, ambos na Universidade do Arizona.
Fonte: Lusa

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