A avaliação da qualidade microbiológica das águas balneares na Laginha, Cova d’Inglesa, Calhau, Praia Grande e Baía das Gatas indica que os frequentadores dessas praias podem tomar banho descansados. O estudo, conduzido pela bióloga Janícia Rodrigues, da Uni-CV, garante águas limpas nas praias analisadas.
Dentre as praias analisadas, Janícia Rodrigues conclui que a que sempre apresentou as águas “com excelente qualidade”, no período do estudo de Maio a Agosto de 2014, foi a da Praia Grande.
Localizada na costa entre Calhau e Baía das Gatas, Praia Grande é a menos frequentada das seis praias onde a licenciada recolheu as amostras. Pode-se observar que naquele local há grande movimento das ondas e correntes marítimas e não existem residências por perto.
Esses factores contribuem para que as águas da Praia Grande se apresentem mais limpas do que as das restantes cujos níveis de frequências são maiores. Mas nem as águas da Laginha ou da Baía das Gatas, praias que sobrelotam na época mais quente do ano, evidenciam níveis de contaminação que possam ser prejudiciais à saúde dos banhistas.
Aliás, a licenciada da Uni-CV conclui, após as análises laboratoriais das amostras recolhidas na época de maior afluência, que “as águas balneares nas praias analisadas, em geral, obtiveram a classificação excelente, o que indica que elas não oferecem nenhum risco de saúde aos seus usuários”.
A praia Baía das Gatas foi a que apresentou maior concentração dos microrganismos. Isso porque escolheu-se como local de recolha da amostragem a zona situada entre o trampolim de crianças e o de adultos. E aí verifica-se que o nível de hidrodinamismo (movimento das águas) mostra-se muito baixo, o que proporciona o acúmulo de sedimentos. Mais a mais, quem conhece a zona sabe que sempre que se pisa o fundo do mar raso há uma suspensão dos segmentos, “o que provavelmente explica a razão deste local estar sempre com a maior concentração dos microrganismos estudados”.
Nada que possa preocupar os banhistas e aqueles que assistem ou participam no mais badalado festival de música de Cabo Verde, que se realiza justamente na praia da Baía das Gatas. Sendo certo que nos dias do festival, devido à concentração de pessoas das piscinas naturais, as águas daquela praia não se mostram nada convidativas a banhos porque se apresentam turvas. Passado o festival e com a subida da maré, que faz aumentar a dinâmica das águas, tudo volta aos parâmetros que o estudo de Janícia Rodrigues evidencia.
Entretanto, apesar dos resultados não indicarem níveis preocupantes de contaminação das águas banhares analisadas, a licenciada em biologia não deixa de recomendar que as autoridades mantenham atentas a factores que possam inverter este quadro. Isso porque estudos realizados mostram que, em São Vicente, “a contaminação hídrica está relacionada principalmente com a inexistência de instalações propícias à recepção de lixos e águas residuais nos portos nacionais e a ausência de tratamento bacteriológico das águas residuais antes de serem lançadas ao mar”.
Janícia Rodrigues realizou o seu estudo sob orientação da docente Mara Abu-Raya, também da UNI-CV.
Estudo garante águas limpas nas praias de São Vicente
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