Um incêndio de grandes proporções, que deflagrou na tarde de sábado, 02 Maio, na zona alta dos Mosteiros, nas proximidades de Feijoal, continua activo e caminha em direcção ao perímetro florestal de Monte Velha.
O coordenador do Parque Natural do Fogo (PNF), Alexandre Rodrigues, disse à Inforpress que esta instituição foi informada por volta das 15:00 pelas autoridades municipais da ocorrência desse incêndio que, segundo o responsável, tem uma frente ampla e a fumaça e a chama são visíveis a longa distância.
Uma equipa do Parque Natural do Fogo está no local, mas o coordenador afirma que o combate é extremamente difícil, por causa de inexistência de acesso para a parte alta dos Mosteiros, tanto mais que a estrada para Monte Velha foi cortada pelas lavas da última erupção vulcânica e os moradores de Chã das Caldeiras ainda não conseguiram reconstruir todo troço, de modo a permitir a circulação de viaturas entre Chã e Monte Velha.
O delegado do Ministério do Desenvolvimento Rural (MDR) e que representa o Ministério do Ambiente, Elisangelo Moniz, disse que a tentativa de combate através da zona alta dos Mosteiros não resultou e por volta das 20:00 estava a mobilizar uma equipa integrando pessoas de Chã das Caldeiras, conhecedoras do local, para deslocação a Monte Velha para combater o incêndio.
Elisangelo Moniz explicou à Inforpress que por volta das 19:00 o incêndio já tinha consumido uma área de um quilómetro de extensão e que se aproximava de Piorno, no perímetro florestal de Monte Velha.
Nas zonas altas dos Mosteiros e no perímetro florestal de Monte Velha registam-se com frequência, todos os anos, incêndios com alguma proporção, originados, por um lado, pela limpeza dos terrenos para a prática de agricultura e, por outro, por suspeição de fogo postos, sendo que o ultimo incêndio ocorreu no final de Maio do ano passado.
O penúltimo incêndio de maior proporção, quase na mesma área, ocorreu no dia 23 de Abril de 2011 e consumiu na ocasião uma área superior a 80 hectares do perímetro florestal de Monte Venha, essencialmente coberta por espécies endémicas como tortolho, lantisco e losna (grande quantidade), erva-cidreira, cravo bravo e outras espécies, assim como uma grande quantidade de pastos e alguns campos de cultivo de feijão-congo.
Já o incêndio de 2004 consumiu uma área de mais de 300 hectares, quase metade dos 850 hectares do perímetro florestal de Monte Velha, e as áreas destruídas vêm sendo reflorestadas com novas plantas desde 2005.
No mês de Março deste ano, o Programa das Pequenas Subvenções do Fundo Global para o Ambiente (SGP/GEF) disponibilizou 30 mil dólares, cerca de três mil contos, para financiar o projecto do PNF para prevenção de incêndios no perímetro florestal de Monte Velha.
O projecto visava a limpeza geral da florestal e a eliminação das plantas invasoras, criando assim condições para diminuir os riscos de incêndios florestais cuja época está a aproximar-se, conforme o coordenador do PNF, Alexandre Rodrigues.
Fonte: Inforpress
Fogo: Incêndio de grandes proporções lavra zonas altas dos Mosteiros
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