Comemora-se hoje o Dia do Professor, esse profissional a quem confiamos a nossa “encomendinha”, ainda cheirando a leite materno, esperando que ele o repasse, para a sociedade, Homem (homem e mulher) feito, cidadão consciente dos seus deveres e cioso dos seus direitos.
Prestamos hoje homenagem a esses profissionais, de forma mais ruidosa e directa, mas eles merecem ser prestigiados todos os dias. Entregamos-lhes nossas filhas e nossos filhos, quais diamantes em bruto e eles, com a paciência de um Santo e com a Sabedoria cultivada no estudo e na vida, devolvem-no-los – a nós, pais, parentes e amigos e à Sociedade – devidamente lapidados e transformados em profissionais aptos a contribuírem para o Desenvolvimento do chão que os viu nascer.
E não é apenas pelo serviço visivelmente nobre que nos prestam, valorizando a nossa prole, ajudando a formar cidadãos e enobrecendo a nossa força de trabalho, que os devemos destacar. Eles fazem ainda mais: pelo seu exemplo, demonstram que a dignidade e a honorabilidade dos verdadeiros profissionais não se afirmam em razão directa com a retribuição recebida pelo trabalho prestado. Os professores praticam um verdadeiro sacerdócio, assumindo o seu trabalho como uma missão nobre e tudo fazem para a levar a bom termo, ainda que as contrapartidas financeiras não sejam sempre as mais adequadas e justas. E tiro o chapéu às mulheres e aos homens desta terra, deste Continente e deste Mundo que abraçaram missão tão honrosa quão espinhosa e que tudo fazem para levar o barco a bom-porto. Honra para aqueles que ainda estão connosco e Glória para aqueles que já deixaram este vale de lágrimas.
Assumo que o discurso superlativo que debito de cada vez que falo dos professores ou aos professores pode soar a promessa e reconheço que não tem havido correspondência efectiva entre o que se espera do professor e o que lhe é oferecido. Vamos continuar a buscar o sentido da justiça, com denodo, sentido de responsabilidade e de dever.
Sinto isso e creio que todos sentimos o mesmo. Sentimos e devemos procurar realizar justiça em concreto, dando satisfação às exigências legítimas, porque justas e possíveis. Espero, contudo, que não tenham dúvidas que, em todo o caso, o nosso carinho e a nossa admiração pela classe são enormes e que depositamos sobre os vossos ombros a responsabilidade pela modelação do nosso futuro. E a melhor paga será, a final, ficarem em cima do monte – qual Moisés, o salvo das águas – vendo vossos pupilos administrando a prometida terra de leite e mel em abundância – quais Josué e Caleb. A vossa alma se regozijará e se sentirão, enfim, recompensados.
O futuro a Deus pertence, mas não errará quem pensar que o futuro de Cabo Verde e de suas gentes será fortemente tributário do resultado do trabalho dos professores sobre os nossos filhos e netos. Por isso em vós confiamos.
Na qualidade de Chefe de Estado e de cidadão e pai muito reconhecido, exprimo a gratidão da Nação, por lapidarem, com muito amor, nossos diamantes. Muito obrigado por formarem os cidadãos que trabalham, todos dias, na construção de um futuro de PAZ e PROSPERIDADE para a nossa Nação bem-amada.
Jorge Carlos Fonseca
Mensagem do Presidente da República alusivo ao Dia do Professor cabo-verdiano
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