Cerca de mil pessoas aderiram à manifestação convocada pelo grupo de Mobilização para Acção Cívica-MAC#114, contra o novo estatuto dos titulares de cargos políticos.
Segundo o principal promotor da iniciativa em São Vicente, Vacilísio Gomes, a adesão superou as expectativas iniciais, que estavam entre 500 e 600 pessoas. Por isso, espera que agora possa surtir algum efeito no Presidente da República, aquele que tem a última palavra. “Esperamos que o Presidente vete o diploma, pois agora o jogo está do seu lado. Esperamos que ele ouça a voz do povo”, afirma este estudante de Ciências Políticas.
Manuel “Contch” da Conceição também deseja a mesma atitude do chefe do Estado, que acredita ser o único a por cobro ao que chama de “uma vergonha, “um escândalo”. “O momento de aprovação do diploma é no mínimo inoportuno, isto quando há quadros no desemprego e ainda estudantes saídos das universidades que estão a ser explorados em estágios sem remuneração”, sublinha.
Marcos Brito, outro participante da manifestação, questiona o porque de existir dinheiro para aumentar o salário dos políticos, quando não houve nem para os professores, nem para os trabalhadores da Polícia Judiciaria. “Pior ainda com uma aumento de 65 porcento”.
A manifestação saída a partir da Pracinha de Igreja, percorreu algumas artérias da cidade do Mindelo, com os participantes, entre apitos, cornetas e urros, a gritar palavras de honra como “vergonha nacional”, “caçubody no parlamento” “ou para a roubalheira, ou o pais para”. Isto entre vários outros desabafos escritos em cartazes, entre estes “Somos todos políticos, uns com cargos, outros com carga”. Os manifestantes ainda deslocaram-se ao Porto Grande para receber a comitiva de José Maria Neves que vinha de Santo Antão.
Quanto aos próximos desenvolvimentos desta luta contra a aprovação do novo estatuto dos titulares de cargos políticos, Vacilisio Gomes, vai ser programado depois da decisão que irá ser tomada pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca.
LN
