Cerca de cinco mil pessoas compareceram à manifestação desta segunda-feira, 30, contra o Estatuto dos Titulares de Cargos Políticos, recentemente aprovado pela Assembleia Nacional.
O acto ficou marcado por apelos ao presidente Jorge Carlos Fonseca para vetar o diploma que aumenta em mais de 60 por cento os salários dos deputados e outros responsáveis políticos. Os responsáveis do Movimento Cívico, MAC #114, responsável pela iniciativa, prometem não ficar por aqui.
Feita a convocação, para o final da tarde de ontem, os participantes começaram a juntar-se na zona do Palácio da AN a partir das 16 horas e, quase duas horas depois, eram já milhares de pessoas, apelando principalmente ao veto presidencial contra o referido diploma. Há quem tenha situado em cerca de cinco mil o número de participantes, o que desde já é um marco em termos de iniciativas do género na cidade da Praia.
Mas, segundo um dos representantes do MAC #114, não é só o aumento salarial dos políticos que está em causa, considerando um “roubo à Nação” o que classe política anda a fazer com os cabo-verdianos. Isto quando se sabe que os salários na administração pública estão praticamente congelados por falta de dinheiro.
No caso do estatuto dos titulares de cargos políticos, segundo Alfredo de Pina, há muito mais, além do aumento em mais de 60 por cento dos salários dos deputados e outras categorias politicas. “Há passaporte diplomático por toda a vida, quando o deputado for eleito tem direito a dois meses de salário, para arrendar e remodelar a casa, ou seja, são quase quinhentos contos, o subsídio, a renda de casa, combustível não sabemos não sabemos quanto é”, apontou aquele activista.
E avisa: “A luta veio para ficar, este cabo-verdiano não é igual ao de há 10 anos atrás, é um povo que compreende, com educação, que lê leis. É um povo que exige; em 2016 vamos ter eleições, e não vai ser o nosso voto que vai eleger aqueles que nos estão a roubar. É uma vergonha. Acha normal 72 deputados votarem e nenhum discordar?”
Para os promotores da marcha de ontem, cabe agora ao PR ouvir a “voz do povo” que se mostra indignado com os seus representantes no Parlamento.
Depois do acto à frente do edifício do Parlamento, na Achada de Santo António, os participantes seguiram em marcha em direcção ao Palácio do Governo, na Várzea, para terminar em frente à Presidência da República, no Platô, já no inicio da noite. CG
Cerca de 5 mil pessoas pediram a JCF que vete salários dos políticos
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