A igreja não deve discriminar situações de mulheres chefes de família, mas apoia-las para a perfeição, disse hoje em São Filipe (ilha do Fogo), o primeiro cardeal da Igreja Católica em Cabo Verde, Dom Arlindo Gomes Furtado.
Durante um encontro com as mulheres da ilha do Fogo e perante a questão colocada de como a igreja deve apoiar as mulheres chefes de família, Dom Arlindo Furtado disse que houve no passado, em certas ocasiões e momentos, certo “posicionamento puritano” da igreja em que tudo deve acontecer de forma ideal, segundo o nível mais alto.
“Há situações que sim mas há situações em que se deve respeitar os pequenos passos”, disse o cardeal, explicando que isso não significa que os cristãos devem acomodar-se a qualquer situação mas fazer com que aquilo que é naturalmente bom seja valorizado e caminhando para uma perfeição cada vez maior em que Deus esteja permanente e presente.
O matrimónio e a família é um dom natural que Deus deu ao homem e a mulher para vivência no amor e responsabilidade, afirma o cardeal, anotando que “de marido e mulher se torna pais e educadores e a viverem juntos para cumprir uma missão conjunta e ter uma sociedade equilibrada”.
“O cristão não deve desvalorizar o natural, mas abraçar o matrimónio para o compromisso conjunto”, disse Dom Arlindo, considerando que é e extremamente difícil, em todos os tempos, mormente nos dias de hoje em que a sociedade sofre muitas transformações e agressões, e por isso a missão é tão nobre para as pessoas e para a sociedade.
O cardeal disse que por maior força humana que haja, capacidade e boa vontade, às vezes não são suficientes, mas se for acrescentada a presença de Deus a capacidade de ajudar e de perdoar a capacidade humana fica reforçada para garantir o cumprimento da sua missão com resultado vantajoso para a sociedade.
No encontro com as mulheres, o religioso destacou o papel da mulher em casa, no trabalho e na sociedade de uma forma geral, indicando que ela, em casa, tem um papel preponderante na sua qualidade de mulher devido à capacidade, sensibilidade, habilidade e criatividade, mas também na escola, na educação, na igreja, na política e na sociedade.
“A mulher e o homem sendo diferentes em termos de qualidade mais iguais em termos de dignidade, natureza e o ser, de modo que o conhecimento e a consciência da igualdade e das diferenças complementam-se e ajudam os dois a colaborarem para que juntos construam a felicidade para cada um e para todos e para toda a sociedade”, disse.
O encontro com as mulheres da ilha do Fogo aconteceu no centro catequético João Paulo II na cidade de São Filipe ao que se seguiu momentos de confraternização, marcando assim o segundo dia da primeira visita de Dom Arlindo Furtado à ilha na qualidade de cardeal.
A igreja não deve discriminar mulheres chefes de família mas apoia-las para a perfeição cada vez maior – Cardeal
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