O primeiro-ministro (PM), José Maria Neves, afirmou hoje, na Cidade da Praia, que já não há condições para manter a parceria estratégica entre Cabo Verde e a PT Ventures, que pertence à PT Portugal.
O chefe do Governo falava à imprensa esta tarde, depois de presidir a cerimónia de encerramento da conferência internacional “Cabo Verde: Emigração e Género”, realçou que neste momento não há mínimas condições para manter o pacto social entre as duas empresas.
O primeiro-ministro fez essa afirmação após ser questionado pelos jornalistas, sobre a reunião da assembleia-geral da CV Telecom, que aconteceu na terça-feira, onde Manuel Inocêncio foi reeleito PCA do Cabo Verde Telecom, que já não integra a PT Venture.
Com a recusa da PT Venture, detentora de 40% das acções, o novo conselho de administração da CV Telecom passou de sete para cinco membros, tendo como administradores executivos Eduardo Mendes (recursos humanos), Alcindo Mota (finanças), quadros da empresa, Jorge Benchimol, que não fazia parte do seu quadro, e Lisa Vaz, consultora PriceWaterHouseCoopers, na qualidade de não executiva.
Para a mesa da assembleia-geral foi escolhido o jurista Rui Araújo como presidente, que vai ser coadjuvado por Mário Moreira e Romina Horta, devendo a comissão executiva da CVTelecom ser eleita brevemente.
Para José Maria Neves, a assembleia geral decorreu nos termos legais, embora a PT Ventures decidiu impugnar os resultados considerando que todos os procedimentos não foram cumpridos.
“Vamos aguardar pela decisão dos tribunais de forma tranquila, sendo que não há nada de anormal relativamente a questão”, frisou o primeiro-ministro, acrescentando que esse conflito vem demostrar que já não há condições para haver parceria estratégica entre Cabo Verde e a empresa portuguesa.
Tendo em conta que são duas empresas privadas, o chefe do Governo acredita que esta situação não vai prejudicar as relações entre Cabo Verde e Portugal.
José Maria Neves garantiu que não há absorção ou nacionalização de qualquer acção por parte do Estado de Cabo Verde, de modo que diz não entender como é que possa haver uma queixa ao Banco Mundial, conforme advertira o presidente da PT Ventures, Marco Schroeder.
A PT Ventures, que detinha a administração e a mesa da assembleia-geral da CV Telecom, é controlada pela Africatel, que, por sua vez, pertence à PT Portugal, tendo Marco Schroeder negado que os 40% das acções da empresa tenham sido dispersas após a venda da participação à empresa brasileira Oi.
Em Dezembro de 2014, o Governo de Cabo Verde rompeu com a parceria que mantinha com a PT Ventures há mais de 20 anos, por entender que a empresa portuguesa violou os acordos parassocial e estratégico ao vender, sem a prévia autorização das autoridades cabo-verdianas, parte das acções que detinha na CV Telecom à Telecom Oi, do Brasil.
Além da PT Ventures, são accionistas da CV Telecom o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS, com 37,9%), os Correios de Cabo Verde (CCV) e a Sonangol Cabo Verde (ambos com 5%), o Estado de Cabo Verde (3,4%) e outros privados.
Fonte: Inforpress
PM diz que não há condições para manter a parceria estratégica entre Cabo Verde Telecom e PT Ventures
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