O Grupo Desportivo, Recreativo e Cultural da Assomada, Santa Catarina, tem em mãos a realização de um concurso de batuco que junta 16 grupos de oito concelhos de Santiago. Uma actividade que visa despertar a sociedade para essa tradição, ao mesmo tempo estimular a criação de novas composições.
O grupo de jovens da Assomada conseguiu, através de um casting em 2014, reunir um conjunto de 16 grupos de batuco de quase todos os concelhos da ilha de Santiago, a fim de realizar um concurso.
Uma actividade que, segundo o porta-voz da associação organizadora, procura a valorização do batuco. “Realizamos o concurso para colmatar uma falha que achámos existir nesse ritmo tradicional, de forma a que colocá-la num lugar de destaque. É uma forma de valorizá-la”.
A primeira prova está marcada para próximo sábado, 28, em São Domingos. É a partir daqui que os grupos participantes terão de dar o seu máximo até o apuramento do grupo que pasará a representar o batuco de Santiago.
O lançamento do concurso aconteceu no passado sábado, 21, na Rua Pedonal (Platô), perante uma grande plateia que gostou da iniciativa. Os grupos concorrentes apresentaram duas composições e mostraram como que será a competição.
UM CONCURSO, QUATRO CONCELHOS
Esta iniciativa vai passar por quatro concelhos de Santiago. Segundo a organização, a ideia era realizar uma gala, com todos os grupos da ilha. “Mas vimos que isso não seria possível porque são muitos. São mais de 100 e tínhamos que fazer uma triagem. Por isso, agora optámos por fazer o evento em São Domingos (28), Tarrafal de Santiago (7 de Março), Santa Catarina de Santiago (15 de Março) e a semifinal e a final do concurso será no Parque 5 de Julho, Praia”, diz Arlindo Semedo.
A final já está marcada para 29 de Março. “Queremos enquadrá-la para o Dia da Mulher Cabo-verdiana (27)”.
NOVAS COMPOSIÇÕES
Para além de promover a valorização do batuco, o concurso ainda visa estimular novas composições dos participantes. De acordo com a organização, em cada fase do evento, os participantes devem apresentar duas novas músicas. Quem repetir as letras não passa para a próxima fase.
“É uma forma de criar novo desafio aos participantes, estimular a criatividade, colocá-los a fazer coisas novas”, adianta Semedo.
Outra regra chave para esta actividade avançada pela organização é a proibição do uso de qualquer outro instrumento a não ser a tchabeta. Neste caso, o júri vai estar atento a todos os critérios definidos para que o evento aconteça da forma mais natural possível, sem constrangimentos nem muitas reivindicações.
“Os elementos do júri são pessoas ligadas à cultura e que conhecem muito bem o batuco. Este concurso só está a acontecer da melhor forma porque acertamos em cheio neles”, sublinha Arlindo Semedo.
GRUPOS
A selecção para este evento, de acordo com aquele promotor, não foi fácil. “Há muitas pessoas e muitos grupos a fazer batuco, o que explica o grande número de concorrentes no casting”.
Tarrafal de Santiago participa com os grupos Delta Cultura e Fidjus de Santo Amaro. Santa Catarina chega com Fidju di Santiagu Norti e Flor di Esperança, São Salvador do Mundo com Voz de Esperança e Grupo Coragem. Se São Lourenço dos Órgãos o Flor de Juventude e Tradison di Terra querem mostrar o que valem, já Santa Cruz vem com Fidjus di Ntoni Denti D’Oru e Nácia Fomes Novas de São Domingos, o concelho de Santa Cruz também participa com dois grupos, um deles Família a 3 Ritmos. São Miguel tem Fidju de Rabelados e Rabenta Tchabeta e Praia com Nova Alegria e Associação dos Amigos de São Filipe Apóstolo da Praia.
“O único concelho que não tem nenhum representante é Ribeira Grande de Santiago”, revela Arlindo Semedo.
O concurso conta com o apoio de todas as câmaras municipais de onde vêm os grupos. “Tivemos resposta positiva dos municípios para conseguirmos pagar os prémios dos três primeiros classificados. Do Ministério da Cultura ainda estamos à espera”.
A associação tem uma verba de 400 contos para repartir entre os vencedores.
Grupos de Santiago participam no concurso de valorizar valorização do batuco
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