O MpD acusou o PAICV e a sua presidente de se “servirem” das instituições públicas “para compensarem os que a apoiaram na conquista do partido”, isso referindo-se à escolha de José Maria Veiga para liderar o INPS.
Em comunicado, o maior partido da oposição defende que a confirmação da nomeação do ex-ministro e deputado para novo presidente do conselho de administração do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) pelo Governo é “mais um acto irreflectido do executivo”.
Um acto que, de acordo com o MpD, está “claramente na contramão daquilo que os cabo-verdianos querem: responsabilidade, transparência e valorização do mérito na gestão dos assuntos públicos”.
Segundo esse partido, confirma-se agora, “de maneira oficial”, a confusão entre o Estado e o partido com Janira Hopffer Almada a se servir do Estado para “compensar” aqueles que a apoiaram na luta pela liderança do PAICV, mostrando-se “totalmente insensível aos apelos da oposição e da sociedade que exigem responsabilidade e seriedade na gestão” pública.
Essa nomeação, refere o comunicado, significa que, para esse partido, é mais importante “servir-se do Estado do que uma boa gestão das pensões de reforma e melhores cuidados de saúde para todos os cabo-verdianos”.
E “não se trata de um caso isolado. Novas nomeações virão com o mesmo objectivo”, argumenta o MpD, com a promessa de que se manterá “atento e vigilante” face a essas práticas.
O MpD reafirma a posição de defender uma clara separação entre o Estado e o partido na gestão das empresas e instituições públicas, o recrutamento por concurso e um regime de incompatibilidades na acumulação de cargos partidários executivos de primeiro plano e de liderança na Administração Pública ou nas empresas públicas.
O partido presidido por Ulisses Correia e Silva disse defender a ética, a idoneidade e a competência na gestão de empresas públicas e repudiar “todo e qualquer acto de partidarização das mesmas como está a acontecer hoje em Cabo Verde”.
Se for Governo, promete valorizar o emprego jovem e a igualdade de oportunidades para todos e criar “todas as condições legais” para a valorização do mérito e da competência no acesso a cargos dirigentes na Administração Pública, nas empresas públicas e nas participadas do Estado.
Na certeza de que o Estado não é propriedade de nenhum partido político, considera que “nenhum cabo-verdiano pode ser prejudicado ou beneficiado em função da sua opção política”.
Reitera, por isso, que “Cabo Verde precisa de um novo Governo e de uma nova forma de exercício do poder”, ou seja, de “um Governo do MpD”, que faça uma clara separação entre o partido e o Estado, garanta igualdade de oportunidades para todos e promova o mérito e a transparência no acesso aos cargos públicos.
Fonte: Inforpress
MpD insurge-se contra nomeação de José Maria Veiga para liderar o INPS
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