José Maria Neves, que presidiu o PAICV, durante os últimos 15 anos, despediu-se esta sexta-feira da liderança dessa força política. Eleito pela primeira vez em 2000, José Maria Neves disse, em tom de despedida, no discurso de abertura do 14º Congresso do PAICV, que ter sido líder do partido foi uma “dádiva existencial” e uma “prenda de vida”.
“Foi uma liderança com alegrias e tristezas, mas sempre com lealdade e verdade. Com vitórias e revezes, mas sempre com fé. Com altos e baixos, mas sempre com amor”, enfatizou.
O consenso falhou e serão apresentas três listas para a composição dos diferentes órgãos do partido. Perante esse facto, Neves fez, no seu discurso, sucessivos apelos à unidade.
“Temos de cultivar a democracia interna. Temos de evitar crispações e conflitos artificiais, que podem minar a credibilidade do partido”, sublinhou o líder cessante, recorrendo ao exemplo “amargo” que aconteceu em 2011, nas eleições presidenciais, em que o PAICV apresentou-se na corrida com dois candidatos e acabou por sair derrotado.
“É vital que olhemos para esse exemplo amargo, nunca deixando de valorizar a unidade e a coesão e nunca subestimando o diálogo interno. Sabemos bem que a fase que passámos deixou marcas e sequelas. Sair deste congresso sem um entendimento interino duradouro e sustentável é um risco por que o PAICV pode vir a pagar caro”, avisou.
O Congresso, que foi aberto esta sexta-feira, prossegue este sábado com a discussão das várias moções e a formalização de Janira como líder do PAICV.
No domingo de manhã decorrerá a votação para os novos órgãos do PAICV – Conselho Nacional (que elegerá as comissões Política e Permanente, bem como o Secretariado) e a Comissão Nacional de Jurisdição e Fiscalização, cujos resultados serão conhecidos ao início da tarde, antes de uma homenagem a José Maria Neves.
José Maria Neves pede união e coesão na hora da despedida da liderança do PAICV
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