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Sociedade

“Réveillon” em tempo de crise

Mesmo com a catástrofe na ilha do Fogo a ensombrar esta quadra festiva, os cabo-verdianos não dispensam uma boa festa para assinalar a passagem de ano. As ofertas são inúmeras e acessíveis a todos os gostos e carteiras. Mas, o Reveillon crioulo é feito também de turistas. As operadoras, sobretudo da ilha do Sal e Boa Vista, praticamente já esgotaram os pacotes para a ocasião. A economia agradece, até porque os tempos são de crise.
Em cada ilha do país não vão faltar festas de reveillon, tanto de cariz público como privado, para assinalar a passagem do ano 2014 e entrada em 2015. A começar logo pela capital do país com hóteis e restaurantes a realizarem jantares de reveillon com direito à música, uvas passas e champanhe, entre outros atractivos.
As ofertas abundam nas redes sociais, onde os apelos são inúmeros e para todos os gostos e carteiras. A Câmara Municipal da Praia deverá promover a tradicional festa ao ar livre na praia da Gamboa, com direito a fogo de artifício à semelhança dos anos anteriores.
Estima-se que a maioria dos praienses, havendo obviamente excepções para aqueles que possuem maior poder de compra, opte por passar o fim de ano na capital, até porque, segundo algumas agências de viagens, não se registou uma grande procura de pacotes para outras ilhas.
Arlindo Sanches da Agência Novatur sustenta essa tese e afirma que “o que verificamos é que nem sequer há demanadas dos nacionais às agências de viagens”, pois, “como podemos ver a situação da crise está pesando grandemente”.
É que, inclusive, esta agência chegou a solicitar pacotes a agências de outras ilhas, para serem vendidos e a resposta que obteve da maioria foi negativa. “Nao estão a fazer estes pacotes pois não há procura e disponibilidade, quer dos hóteis quer dos voos domésticos”.
O nosso entrevistado salienta ainda que, este ano, os hóteis também não ofereceram “nenhum pacote”, pois, como explica, “com o sistema all inclusive, a maioria dos hóteis, não estão interessados nesses pacotes para nacionais, pois já têm garantido a sua ocupação”. Por isso, conclui que, “talvez, por causa disso, essas unidades hoteleiras não se mostraram interessadas na sua publicidade a nível nacional”.
SÃO VICENTE “BRASILIN”
Mas, seguindo a tradição, é São Vicente que lidera as escolhas nacionais para a passagem de ano. Muitos emigrantes já chegaram à ilha para as festas e na Morada, centro da cidade do Mindelo, já se sente todo o frenesim da quadra festiva. A Câmara Municipal irá mais uma vez presentear os sanvicentinos e visitantes nacionais e estrangeiros com uma festa na Rua de Lisboa, onde não vai faltar música e fogo de artifício.
Calcinha Preta, é, ao que tudo indica, o grupo que sucede os Kkassave que agitou a viradade ano em 2013. Em tempo de crise, muitos são os que optam pela Rua Lisboa, mas neste “brasilin” não faltam festas privadas em bares, restaurantes e discotecas, a vários preços. Hóteis esses, também não têm grandes razões para queixas.
É o caso do hotel Dom Paco, que dos 44 quartos dísponiveis, já tem a ocupação a rondar os 80%, só entre os dias 29 de Dezembro e 1 de Janeiro. Lenilda Maocha, do departamento comercial avançou ao A Nação que, “por enquanto”, o hotel ainda dispões de “quartos livres” e que o programa do reveillon “está sendo divulgado, tanto a nível nacional, como no estrangeiro, através dos nossos parceiros”. A maioria dos clientes são caboverdianos, mas também estrangeiros. Para a passagem de ano, esse hotel organiza o seu tradicional jantar de Gala, para os hópedes e o público em geral. (leia mais nas páginas E2 e E3).
SAL E BOA VISTA ESGOTAM PRATICAMENTE PACOTES
Mas, o reveillon das ilhas também é celebrado por turistas, sobretudo os que fogem do frio da Europa para desfrutarem de umas mini férias junto ao sol e às águas quentes das ilhas. Boa Vista e Sal são os destinos mais procurados pelos estrangeiros que visitam Cabo Verde, com as operadoras a venderem pacotes específicos para esta época.
Só o operador Solférias vendeu quase 500 programas para o reveillon em Cabo Verde, tendo praticamente esgotado, segundo o Presstur, “toda a capacidade” em “voos especiais para o réveillon nas ilhas cabo-verdianas do Sal e da Boa Vista”.
De acordo com informações avançadas pela mesma fonte, 203 desses programas têm como destino a Boa Vista, nos voos especiais de 27 e 28 de Dezembro, e 212 para a ilha do Sal, nos voos especiais de 26 e 27 de Dezembro, todos operados com aviões dos TACV. A procura é grande e esse operador vendeu ainda 42 passageiros em voos da TAP, com partidas de Lisboa a 26, 27 e 29 de Dezembro, a que se somam mais 19, para o fim do ano na ilha de São Vicente. O operador Soltrópico também disponibilizou voos extras para a ilha do Sal e Boa Vista, dada a procura por esses dois destinos.
As unidades hoteleiras registam igualmente uma grande demanda. Os resorts Meliãs Tortuga e Dunas, no Sal, disponibilizam aos seus clientes com estadia nos hotéis no dia 31 de Dezembro, o serviço de jantar de gala e animação de reveillon, mas também aceitam reservas de locais só para a virada de ano. No Tortuga, a opção de jantar de reveillon com programa de entretenimento, custa 230 euros por pessoa e, no Dunas, 250 euros. Segundo fonte deste grupo hoteleiro, já existem “algumas reservas de clientes nacionais, em ambos os hotéis”.
A lotação ainda não está esgotada para a quadra festiva, mas a previsão é de lotar, pelo menos no Meliã Tortuga. A maioria dos clientes em ambos hotéis são britânicos, nórdicos e belgas, estando prevista uma média de 1200 pessoas no Dunas e cerca de 650 no Tortuga, só para a semana de reveillon.

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