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Sociedade

Mindelo: Grupo de universitários denuncia “irregularidades” na Liga das Associações Académicas da ilha

Um grupo de estudantes de algumas universidades de São Vicente procuraram o A
Nação para denunciar aquilo que consideram ser “irregularidades graves” na gestão da Liga das Associações Académicas da ilha (LAAUSV).
Em causa, alegam, estão problemas na gestão corrente levada a cabo pela atual presidência, que cujo mandato terminou em Março de 2019, falta de transparência na prestação de contas e a manipulação dos estatutos da liga.
Os estudantes, que preferiram anonimato, dizem ainda que o corpo universitário da
ilha não se reconhece na LAAUSV, nem nas suas funções e não se sentem
representadas por elas.
“Aquele que deveria ser o organismo de representação de toda a classe estudantil universitária de São Vicente, encontra-se hoje mergulhado num marasmo sem precedentes. Os nobres princípios fundadores da Liga das Associações Académicas Universitárias de São Vicente em nada fariam prever que nos dias que correm a organização servisse  de abrigo para interesses e movimentações pouco claras” alegam.
Os atuais órgãos sociais da LAAUSV encontram-se em funções desde Março de 2017.
Para os queixosos, desde então, a organização tem sofrido um retrocesso, o que a faz
perder a credibilidade na praça pública e só ser reconhecido pela organização do torneio de futsal inter-universidades, desprezando por completo outros quadrantes de suma importância na vida dos estudantes universitários, designadamente as vertentes social e académico.
“A informalidade e descontração com que são tratadas as questões do seu exercício e
a quase completa inexistência de base documental que suporte o seu trabalho, tem
sido a imagem de marca do atual corpo diretivo nos últimos dois anos e meio. Na
verdade, os estatutos da LAAUSV, preveem que o mandato dos órgãos sociais dure
apenas dois anos, tendo, portanto, o mandato atual expirado em março de 2019.”
As eleições, segundo consta, deveriam ter acontecido no final do ano letivo
2018/2019, o mais tardar em julho. Contudo, diz este grupo de estudantes, o mesmo
foi inviabilizado com recurso a “expedientes estatutários pouco claros” e à revelia
daquelas que haviam sido decisões unânimes dos associados.
Isto, procedem, foi para encobrir o facto da actual equipa não ter conseguido entregar, a tempo, a sua recandidatura. Atitude que, considerem, veio evidenciar que a Mesa da Assembleia- Geral e o Conselho Fiscal não são independentes e aparentam estar ao serviço da direcção.
Dado que o mandato dos atuais corpos sociais expirou há mais de seis meses, a
equipa atual deveria encontrar-se em condição de gestão corrente, pelo que não
poderia proceder a movimentações financeiras nem tomar decisões de natureza
estratégica durante tal período. Porém, dizem, as indicações são de que tal não tem
acontecido. “São indicações e não certezas porque a presente direção da Liga nos dois anos e meio que já leva à frente da organização, nunca se dignou a apresentar as
contas da sua atividade, apesar das inúmeras insistências feitas pelos associados.”
Está marcada, entretanto, uma Assembleia-Geral, para a eleição do novo corpo
directivo da liga, a acontecer este sábado, 14. Contudo, explicam estes universitários, a direção propôs que os atuais órgãos sociais também tenham direito a voto na eleição dos novos órgãos sociais.
“Estatutariamente está previsto que os únicos intervenientes com direito a voto nas eleições da LAAUSV são os seus associados, neste caso as 5 associações académicas universitárias de São Vicente, cada uma com direito a igual número de membros votantes.”
Com esta medida, garantem, a actual direção vai a voto, à partida, a ganhar por 16
votos, precisando apenas do apoio de mais um associado para ser reeleito. “Tal não
mais é do que uma lamentável manobra de quem se pretende perpetuar no poder a
todo custo, ainda que isso seja feito contra a vontade expressa da maioria dos
associados em sufrágio.”
Contactado por este jornal, o Presidente da Liga, Eddy Cruz, decidiu não responder a
nenhuma desta denuncias, alegando que não pode responder a anónimos.
“Terei todo o gosto em responder aos estudantes, associados, comunicação social e sociedade civil, caso estes se apesentem. Não posso responder a alguém que não sei de quem se trata”, afirmou.
NA

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