O casino, que é parte integrante do projecto turístico integrado do ilhéu de Santa Maria, que compreende parte da zona da Gamboa e do Djéu, já não vai ficar situado sobre o mar como estava inicialmente previsto na primeira versão do projecto.
Esta é uma das alterações ao projecto do empresário David Chow sugeridas pela Câmara Municipal da Praia e que segundo o vereador do urbanismo Rafael Fernandes foram bem recebidas pela empresa MLD Cabo Verde Resorts S.A., a empresa que está a edificar o projecto.
“Houve uma pequena alteração até sugerida por nós (CMP) em relação à ponte, em relação aos edifícios que eram uma espécie de bungalows, o que não fazia sentido na primeira versão, porque parecia que era um destino turístico de praia e não é. É um turismo de cidade, diferente do que acontece nas outras ilhas. E houve também uma adaptação no ilhéu. O edifício que fazia a ilha ia demorar muito tempo a ser construído e também ia ter um custo acrescido. O edifício emblemático do Casino vai ficar com o mesmo aspecto mas ancorado no ilhéu”, explicou.
Ainda em relação à ponte de ligação entre a Gamboa e o ilhéu de Santa Maria houve também alterações de fundo. “Na primeira versão do projecto havia uma ponte que tinha enchimento, não era ponte suspensa. O que pedimos, e o que estamos aqui a ver, que é uma parte do início da construção que tradicionalmente se chama ensecadeiro, em que se faz o enchimento, como está aqui, e depois os pilares vão ser feitos na zona seca. Depois essa parte de enchimento retira-se e o pilar fica na zona de mar”, elucidou.
Em termos práticos, a ponte ficará, por assim dizer, com passagem de água por baixo, como havia sido defendido por alguns especialistas ambientais.
Rafael Fernandes avançou ainda que a autarquia irá por em curso a requalificação da praia da Gamboa e que a mesma ficará com “quatro vezes mais areia” do que aquela que tem actualmente. “Os estudos mais detalhados do projecto de execução vão iniciar em breve, porque não é só chegar e colocar areia porque ela pode voltar a ir para o mar”.
Esse responsável garantiu ainda que a autarquia está a acautelar também a questão da drenagem das águas das duas ribeiras que desaguam na baía da Gamboa de forma a garantir a salubridade da água.
“Na mais pequenina, está a ser feita toda a correção torrencial neste momento incluindo fundo de laje e paredes em betão, de forma a que quando a água chegue à Gamboa seja uma água limpa. Depois temos a outra ribeira maior que é a da Praia Negra, cujas obras terão de ser feitas para estarem prontas aquando da abertura do empreendimento”, afirmou.
Estas alterações foram reconhecidas pelo próprio David Chow como sendo um “ajustamento ao projecto” que vai permitir “acelerar” as obras a partir de agora, de forma a se “cumprir o calendário estabelecido”.
Mais de 250 milhões de euros
Recorde-se que este é o maior e mais complexo projecto a ser construído no arquipélago, orçado em 250 milhões de euros e que deverá gerar dois mil e 100 postos de trabalho directos. O complexo turístico inclui escritórios, áreas residenciais, um clube de ténis, um parque de estacionamento, áreas desportivas e de lazer para a prática de desportos náuticos, além de toda a requalificação da orla marítima.
Já dentro do ilhéu será construído um resort com um centro internacional de convenções, um centro cultural, incluindo um museu da escravatura, uma boutique-hotel, além de espaços verdes. O resort estará ainda dotado de uma marina com clube náutico e capacidade para entre 20 a 30 embarcações.
Depois, não menos importante, será a construção do hotel-casino, com 150 quartos, além dos espaços de jogo, com mesas e slotmachines e uma sala VIP para jogadores “especiais”.
Todo o complexo estará ligado à Gamboa através de uma via a ser construída sobre o mar com duas faixas para viaturas, faixas para peões, ciclovia e espaços verdes.
GC
Alterações ao projecto “Djéu” de David Chow: Casino já não vai ficar situado sobre o mar
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