Segundo o Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Estado da Insegurança Alimentar e Nutricional no Mundo, a fome atingiu 13% da população cabo-verdiana em 2018.
O relatório, divulgado ontem, mostra que uma em cada 10 pessoas, na população de todo o planeta, passou fome no ano passado.
O número totaliza 821,6 milhões de pessoas e se considerarmos pessoas em condição “moderada” de insegurança alimentar, o total chega a 2 bilhões, ou seja, 26,4% da população mundial, conforme o relatório.
Em relação aos países lusófonos, o destaque é positivo, apesar de continuar a existirem situações de fome.
“Nos últimos 12 anos, vamos dizer, a prevalência da subalimentação em Angola caiu pela metade, de 55% para 25% da população e em Moçambique também, a prevalência da subalimentação caiu no mesmo período, de 37% para 28%. Ou seja, em ambos os países, a tendência é positiva, porém, a situação continua preocupante. Em Cabo Verde e no Brasil, a situação é melhor. Em Cabo Verde, a fome atingiu 13% da população e menos de 2,5% da população no Brasil”, refere o relatório.
O documento foi lançado por cinco agências da ONU: a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO); a Organização Mundial da Saúde (OMS); a Agência da ONU para Refugiados (Acnur); o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef); o Programa Mundial de Alimentação (PMA; e o Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária (Ocha).
Além dos problemas de fome e desnutrição, o relatório da ONU aponta para o problema de obesidade. “Em 2018, a estimativa é de que 40 milhões de crianças menores de 5 anos estavam acima do peso”, diz a nota da ONU.
O estudo chama a atenção ainda para a gravidade da situação infantil no mundo, em que 20,5 milhões de bebês nasceram abaixo do peso (um em cada sete nascidos).
Em termos de continentes a Ásia, sobretudo a zona sul do continente, registou o maior número absoluto de pessoas com fome: 513,9 milhões no total.
Também na África, 256,1 milhões de pessoas estavam em situação de fome, enquanto na América Latina e no Caribe os números atingem os 42,5 milhões.
A situação é mais grave no lado oriental da África, onde uma em cada três pessoas (30,8%) está subnutrida. A ONU aponta como causas os conflitos locais, fenômenos climáticos e a retração econômica.
“Juntos, a África e a Ásia têm a maior parcela de todas as formas de desnutrição, sendo responsáveis por mais de nove entre 10 crianças com atraso no crescimento e mais de nove entre 10 crianças com debilitação em todo o mundo”, aponta o relatório.
A fome atingiu 13% da população cabo-verdiana em 2018 – ONU
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