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Covid-19

Será do estresse pandémico? Saúde e Protecção Civil em rota de colisão

 

 

Por: Alex Semedo

1– Infelicidade…

O presidente da Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB) e o director Nacional da Saúde (DNS), respectivamente, Renaldo Rodrigues e Artur Correia, estão de costas voltadas.

Em rota de colisão.

Para não se dizer, em pé-de-guerra.

Em causa estão pronunciamentos (públicos) de Correia, que Rodrigues não gostou, vindo mesmo a terreiro rebatê-los e considerá-los…de “infelizes”.

Tudo por causa do dossiê da “fiscalização” – ou da falta dela! -, trazida à praça pública, por Correia.

Vamos aos factos.

Na segunda-feira, 3 de Agosto, o DNS – no trissemanal Encontro com os Jornalistas! -, defendeu “uma intervenção mais forte” na “fiscalização”, por parte das autoridades da Saúde e Forças da Segurança.

A par de uma maior responsabilização dos praienses, sabido que o Município da Praia “teima” em continuar a ser, desde há muito, o epicentro de COVID-19.

Em concreto, continua há cinco semanas seguidas, com uma situação estacionária. E isso preocupa as autoridades.

Aliás – ilustra Correia -, enquanto nos outros pontos de Cabo Verde, os novos casos positivos vão baixando – incluindo na Ilha do Sal! -, Praia – a Cidade-Capital -“estraga a festa”, “encalha” no pico, destoando da tendência Nacional.

“No Sal baixou, em Santa Cruz a mesma coisa. Chamo a atenção à Cidade da Praia, a todas as autoridades competentes, incluindo a Delegacia de Saúde e a Câmara Municipal, para que façamos tudo para evitar que a população corra riscos de contágio a nível comunitário”, Sustentou Artur Correia, remarcando que a Capital “está, há cinco semanas, num patamar, e não está a descer”.

O “Big-Boss” do SNPCB enfiou a carapuça, classificando a conclamação do DNS de “infelizes”, pois, desmerecem o trabalho dos profissionais que estão no terreno.

“A afirmação desmerece aquilo que é o trabalho que os profissionais estão a fazer no terreno e demonstra que o director Nacional da Saúde não está a acompanhar aquilo que é o trabalho da fiscalização. Se estivesse por dentro, iria perceber que, nesta fase, nós, diariamente, temos o pessoal no terreno”, contrapõe Rodrigues, que acusa Correia de sonegação de elementos concretos, uma vez que “não temos informação sobre o número de transmissão por via indirecta”, mas que precisam da disponibilização desses “importantíssimos dados”, por parte das autoridades sanitárias.

Pelo que fica dito, nestes tempos pandémicos, os nervos andam à flor da pele.

O mínimo desacerto, aliás, desafinamento, provoca faísca.

E das grandes.

Ficam mais tensas, ainda, quando chegam à praça pública.

Com trocas de mimos e de galhardetes e…lavagem – pelo menos, é o que aparenta! – de alguma roupa suja.

É o resultado de estresse pandémico ou luta por protagonismo.

Há quem já diagnostique uma outra maleita: dissemelhança de feitios.

Qualquer que seja o desacerto – que é bem evidente! -, alguém tem que põr a mão nisto.

Quem vai ser?

Certo mesmo, é que deve ser mais que urgente.

Para o bem do Povo!

2– Selagem de estabelecimentos

Os dados falam por si.
Nem sempre! -contrapõem alguns.

Facto é que, talvez, sentindo-se espicaçado – para não se dizer: ferido no seu orgulho! – pelo director Nacional da Saúde, Artur Correia, o presidente do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, Renaldo Rodrigues, saiu em defesa da sua dama, e listou trabalhos feitos em dez dias do finado mês de Julho.

Mais concretamente, entre os dias 6 e 16.

Nos diversos pontos de Santiago e nas ilhas do Sal e de São Nicolau, também, com casos activos de COVID-19.

Foram fechados 32 estabelecimentos comerciais. Só na Cidade da Praia.

Razões: incumprimentos aos protocolos e regras emanadas pelas autoridades sanitárias, em ordem a se evitar a propagação do novo Coronavírus.

Os bares são os espaços com mais descumprimentos.  E a maioria está baseada na Achada de Santo António, um dos dos bairros mais populosos da Praia e…de Cabo Verde

A par de fechos, foram fiscalizados 105 espaços.

Afora a Praia, as operações estenderam-se à Cidade de Assomada – no interior de Santiago – totalizando, até terça-feira, 4, 200 estabelecimentos “visitados”.

No Sal, foram feitas 66 operações, que resultaram no fecho de  dez estabelecimentos.

“Ainda estamos na fase do empurrar, para que, em todas as ilhas, haja uma fiscalização mais efectiva”, avança Rodrigues, destacando a existência de uma Equipa, em São Nicolau, que, também, regista casos activos de COVID-19.

Tomara que, a partir de agora, a listagem e o resultado das operações sejam feitos com mais frequência.

Os cidadãos agradecem.

 

3– Laboratório

São Nicolau reclama Laboratório de Virologia.

Especificamente, para testes de COVID-19.

Razão tem de sobra o delegado de Saúde da “Terra de Nhô Baltas”, quanto mais não seja, devido às demoras – muitas vezes inetendíveis”! -, para a recepção das respostas de São Vicente.

Não disse, mas fica nas entrelinhas, que, nesta maré do novo Coronavírus, estão que nem bola de pingue-pongue.

Como saia sem cordão.

Ora chuta-se para São Vicente e…às vezes, sugere-se, que recorram à Praia.

O Laboratório do Sal – coitado!!!! -, não funcionou nem um mês bem contado.

E…pifou???

Falhas humanas?

Falta de reagentes?

É nestas e noutras circunstâncias  que nem estas que vem à memória o lembrete e o valor do helicóptero para estas ilhas do Meio do Atlântico.

Mas…daqueles blindados e de reparação automática.

De contrário….não aguentaria os solavancos.

Aliás, solicitações em pauta.

4– “Tabaski”

Decididamente, os tempos não estão de feição.

Nem para Católicos…nem para Muçulmanos.

Que o digam os parceiros do Imã Neka Thiam, em Cabo Verde.

Mas, também, noutras paragens desta nossa Aldeia Global.

Como tudo está globalizado, os Muçulmanos de Cabo Verde, tiveram que contentar-se com as novas tecnologias, já que o espaço para as celebrações da Festa do Carneiro – também chamado de “Tabaski” -, deste ano, foi diminuto e restrito.

Devotos, tementes e fervorosos seguidores do Profeta Maomé, oraram e prometeram, na sexta-feira, 31 de Julho – no Calendário Cristão! -, seguir o exemplo de Abraão que, não negando à solicitação de Alá – aliás, Deus! -, dispôs-se a sacrificar o seu único condão – de nome Isaac! -, num imporvisado altar, montado na cabeça de uma montanha.

Outros tempos.

Mas…como é a Fé que mais conta, “Tabaski” de 2020 não ficou em branco.

E Alá, de certeza, tomou a reza em boa conta.

Ahn!

E os sacrifícios de carneiros também.

Contrariando, é certo, os “amigos” de animais.

Assim como, os veganos e vegetarianos.

Como já dizia o outro: É mesmo impossível agradar, de uma só assentada, a gregos e a troianos.

Nem nessa de religiões.

5– Volta às aulas

Nações Unidas defendem o retorno à Escola quando haja certeza e segurança no controlo da transmissão local de COVID-19.

 “Vivemos um momento decisivo para as crianças e jovens de todo o Mundo. As decisões que os governos venham a tomar, agora, vão ter um efeito duradouro em centenas de milhões de jovens, assim como nas perspectivas de desenvolvimento dos países, durante décadas”, sustenta o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, numa mensagem vídeo, relevando que o fecho prolongado das escolas pode provocar uma “catástrofe geracional”.

Recado dado e…entregue.

O resto…

Tomara que não caia em balaio furado.

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