O Observatório da Cidadania Ativa de Cabo Verde defende que o Governo deve aguardar pelo início das aulas presenciais, em detrimento das aulas à distância, em rádio e televisão.
Este modelo, justifica, não vai não resultar numa educação de qualidade e poderá criar clivagens, prejudicando os alunos mais carenciados no momento de retoma das aulas presenciais, criando dificuldades, ou mesmo impossibilidades, no acesso aos conteúdos, já que vão estar em desvantagem em relação aos colegas.
Entretanto, sugere, pode ser implementada uma experiência piloto em turmas específicas, com características diferentes (rural/urbano, privado/público), e daí recolher subsídios para futuros projetos neste âmbito.
Enquanto isso, o observatório defende uma aposta num modelo mais leve e “sem compromisso”, para manter os alunos atentos e em contacto com as matérias já leccionadas, através de um sistema de SMS, à semelhança do que faz a Ficase, o INPS ou o Ministério de Saúde.
“Temos de pensar que essa ação acarreta custos financeiros, técnicos e humanos para o país e os resultados são incertos. O certo é que o aluno, e tendo em consideração o seu perfil, não deve estar durante muito tempo parado. É fundamental exercer alguma atividade académica”, explica.
Para este organismo, o modelo sugerido pelo Ministério da Educação, se devidamente monitorizado e trabalhado, seria um diagnóstico para implantar, no futuro, um modelo mais equitativo, inclusivo e justo.
O observatório reconhece, entretanto, o empenho e o esforço do Governo em encontrar uma solução para ativar o ensino no país, ao chamar e colocar milhares de alunos espalhados pelas ilhas em contacto com os programas curriculares, entretanto interrompidos.
“Sem dúvida uma grande empreitada, tendo em conta os condicionantes do território, o perfil dos alunos e professores, reduzidos hábitos de leitura, fraco pensamento crítico e tradicionalmente, aulas apenas nas salas de aula”, reconhece.
O Observatório manifestou ainda total solidariedade ao ME e se colocou à disposição para colaborar com o Governo na procura de soluções.
