“Doce Guerra” pretendia ser a primeira telenovela a ser realizada em Cabo Verde. Um projecto que se pretende ambicioso, mas cuja concretização depende, largamente, de financiamentos que tardam a surgir.
O primeiro episódio de “Doce Guerra”, que tem como actores principais a modelo Vanny Reis e o design e multimédia Che Gonçalves, foi exibido em Novembro do ano passado. Desde então, os pro- motores do projecto não conseguiram dinheiro para prosseguir com a gravação dos restantes episódios por falta de patrocinadores.
Segundo Adilson “Che” Gonçalves, 24 anos, a produção contactou algumas empresas que chegaram a mostrar-se interessadas, mas que na prática tudo não passou disso. “Os empresários mostraram interesse para financiar na altura, mas até então estamos a aguardar o retorno dessa boa vontade”, revela Che Gonçalves, que diz não querer pressionar ninguém mas também não quer deixar as coisas morrerem por inanição. “Concretamente, conseguimos três empresas, mas este projecto depende de muitos mais patrocínios”, aponta.
A telenovela foi escrita pela portuguesa Lara Morgado e reporta-se a um Cabo Verde de 1947, época de “grande” fome nestas ilhas e que fez muitos cabo-verdianos partirem para a emigração.
O projecto, segundo Che Gonçalves, está orçado em cerca de 30 mil contos, um valor “irrisório” para o “tamanho da produção pretendida por Lara”.
EMPREGABILIDADE
A ser realizado, dado que o primeiro episódio já foi grava- do na cidade da Praia e apre- sentado ao público e empresários em 2014, Che Gonçalves acredita que irá ocupar muita gente, nomeadamente jovens em diversas áreas da televisão e multimédia. “Só o elenco é
44 pessoas, incluindo figurantes. Agora, imaginemos quantos empregos irá criar, com actores, operadores de câmara, entre outros?”, pergunta.
Entretanto, o compasso de espera em que a produção se encontra há cerca de cinco meses vem esmorecendo as expectativas traçadas e criadas pelo projecto em si. “Dificilmente conseguiremos avançar com o projecto sem financiamento”, desabafa Che Gonçalves.
O projecto, ainda segundo aquele jovem, tem o apoio do Ministério da Cultura, através da Direcção Nacional das Artes (DNA), mas este não se mostra suficiente para levar a sua realização adiante.
“Doce Guerra” é uma produção da Green Studio, uma empresa cabo-verdiana, a mesma que realizou “Casa do Líder”, e conta a história da jovem Cândida, descendente de uma família acusada de bruxaria. “Quando ela nasceu, muitas coisas estranhas aconteciam na sua zona. Ela é levada para fora de Cabo Verde e já adulta, nos Estados Unidos, regressa à sua terra-natal para entender a sua história. De novo, ao regressar, coisas estranhas voltam a acontecer”, avança Che, para quem esse projecto é ou- sado e as pessoas, de um modo geral, devem
“Doce Guerra” – primeira telenovela cabo-verdiana sem financiamento para continuar
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