O presidente da Agência Marítima Portuária (AMP) afirmou hoje que o ferry Kriola só voltará a navegar quando forem resolvidas “problemas de segurança graves” detectadas na inspecção, relacionados, entre outros, com a “estanquicidade” do navio.
António Cruz Lopes explicou hoje em conferência de imprensa que os inspectores detectaram a acumulação de diversas deficiências que levaram o navio a “um ponto insustentável”, já que a manutenção do mesmo, ao longo dos anos, “não foi a mais adequada”.
“São problemas de segurança, relacionados com a estanquicidade do navio, equipamentos de combate a incêndio, de segurança do navio em si no transporte de cargas, entre outras”, enumerou o responsável da administração marítima.
Assim, di-lo Cruz Lopes, os inspectores da AMP, concluída a inspecção, fizeram um conjunto de recomendações ao armador tendentes à reparação dessas “deficiências graves”.
“O navio só será autorizado a navegar quando efectivamente as questão que mais nos preocupam, nomeadamente a estanquicidade do navio, forem resolvidas e quando satisfizer os requisitos mínimos de segurança” ajuntou a mesma fonte, para quem navios como o Kriola “não têm uma estrutura adequada” para o mar de Cabo Verde.
Que cada um assuma as suas responsabilidades, lançou António Cruz Lopes, sustentando que “não pode ser só comprar um navio, explorá-lo até não der mais”, pois é preciso que haja um programa de manutenção “eficiente e eficaz” mas que funcione durante todo o ano e facilite o trabalho dos inspectores.
“Não é fazer recomendações e elas não serem levadas em consideração”, acrescentou, sublinhando que a missão da autoridade marítima, da qual “não abre mãos”, é a salvaguarda da vida humana no mar e questionou: “porque é que todo o mundo respeita as normas aéreas e não respeita as normas marítimas, estamos a trabalhar nesse sentido e vamos lá chegar”, precisou.
O presidente da AMP, anunciou, por outro lado, que o navio Sotavento deve sair na madrugada de quinta-feira, 16, para a ilha de São Nicolau para resolver “um caso pontual” de transporte de passageiros retidos na ilha de São Vicente.
Quanto ao navio Ribeira de Paul, explicou que o mesmo se encontra em processo de inspeção, “que decorre normalmente”, e que, resolvidas “algumas deficiências de segurança” detectadas, a todo o momento o navio estará operacional.
“A administração marítima de Cabo Verde tem a responsabilidade de garantir a segurança das pessoas que sulcam os nossos mares, a segurança dos navios que transportam as cargas inter-ilhas e a segurança do próprio navio e essa é uma missão muito importante da qual não vamos abrir mãos”, concluiu António Cruz Lopes.
Fonte: Inforpress
Ferry Kriola só voltará a navegar quando resolver “problemas graves” de segurança – AMP
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