Por: Péricles Africano Lima Barros*
Aos meus amigos Jorge e Simão, pelas as nossas gostosas
Tertúlias, onde arejamos as asas, sempre com muita vontade de
decolar…e talvez voar…. . com os pés no chão …
…Fomos muitos que deram palmas aquando de algumas mudanças do timo da governação do país no pós independência; para começar, diria que os foguetes e fogos de artificio não dão direito a ninguém, de governar o meu pais, com arrogância, desbaratando o que custou a construir, só pelo facto de se lhe ter dado por empréstimo a chave da governação por um período de 4 anos ; o que verificamos é que muito boa gente , vai fazendo política cuspindo de forma despudorada para o pára-brisas dos outros, quer na situação quer na oposição .
O problema é que populaça gosta disto; divertido ver os outros a baterem em cão ferido, ou ver o Leão, o dono pedaço, a ser vilipendiado, dilacerado em plena praça pública; um metaforismo que retrata bem, uma questão tão delicada, quanto corrosiva e perniciosa.
O ódio entre as feras da esfera do poder é indiscritível; Assassinatos do carácter, é pão nosso de cada dia, e estou convencido que, em muito casos, é muito pior que própria eliminação física, pelas mazelas que deixa na estrada .
Esta é uma pratica normal, e que já não choca a ninguém, sendo crime punido por lei no seio dos cidadãos comuns, e no reino dos eleitos, uma peça de artilharia política de eleição. Estamos a falar da democracia no arco do poder. Em Cabo Verde se os interesses se justificarem, políticos proeminentes podem perfeitamente, desfazerem –se em beijos e abraços, para logo a seguir dizerem cobras e lagartos uns dos outros da forma mais visceral; O cidadão democrata genuíno, por regra , não se presta a esta vileza.
Aparentemente, fazer política com elevação, competência e decoro , não dá votos suficientes para ganhar as eleições ; então, talvez mudar de povo é a alternativa ; Estamos a coabitar num sistema defeituoso que mexe profundamente com a vida do cabo-verdiano.
Este cidadão do mundo , civilizado, à partida , cordato e respeitador da autoridade, igual a todos os outros deste planeta, nos deveres, direitos, obrigações e também nas legítimas aspirações; é este crioulo cidadão que não nasceu para ser escravo, nem mesmo das suas próprias leis; em nome democracia, parece valer tudo; quem governa tem a legitimidade democrática para decidir e decidir bem e corrigir os erros da senhora que antecedeu; porém, a tendência , é de não perseguir e nem punir os seus pares, prevaricadores; entretanto fala-se em separação dos poderes, estado de direito democrático etc etc ; na verdade , vem grassando por aí uma grande dose de “malpractice” (leia-se, crimes públicos , procedimentos incorretos dolosos, ilegais, quiçá passíveis de ação judicial de urgência; mas Cadê? Na verdade, o nosso sistema por permitir a incúria e a impunidade na gestão da coisa publica, impõe que continuemos a nos nivelarmos sempre por baixo!
Pode? Por outro lado, há muita acusação infundada, e corrosiva que passa despercebida e impune. Estas práticas recorrentes existem um pouco em todas sociedades, porém, consabido é , que são raras nos países com os mais elevados índices de desenvolvimento humano, social e económico. Dá para seguir bons exemplos, ou a cabulice atrapalha nos a jornada ?
A continuar ..
*(Cidadão )
Praia 4 de Setembro de 2020