Por: Alex Semedo
1– Máscaras desmofam
(Quase!) Um mês depois, as máscaras desmofaram e desnaufragaram do Palácio Presidencial, no Platô.
Depois de um quebra-quebra desrazoável, Jorge Carlos Fonseca promulga o Diploma das “máscaras”, após revisão feita pelo Palácio da Várzea, que queria impôr o uso de máscaras faciais na via pública.
Disso mesmo deu conta, na sua Página no “Facebook”, no último dia de Agosto, mesmo antes da publicação do Diploma, no Boletim Oficial, no dia seguinte.
Cai a obrigatoriedade e entra o dever cívico dos cidadãos de se protegerem, mas, também, de salvaguardarem o semelhante da transmissão e do contágio pelo malfadado, “prindante”, invisível e oportunista novo Coronavírus, que, também, responde por COVID-19.
A “canetada” de Fonseca derruba o anúncio de Paulo Rocha, ministro da Administração Interna, que, a 7 de Agosto passado, veio a público, em nome do Governo de Ulisses Correia e Silva, anunciar, com pompa e circunstância, que o “uso de máscaras faciais passa a ser obrigatório, para todas as pessoas que circulem ou permaneçam em espaços e locais públicos, abertos ou fechados, incluindo a via pública, independentemente do tipo de actividade que estejam a realizar”.
O Diploma ora “canetiado” estipula, também, preto no branco – para que não hajam dúvidas! -, que “a actuação das Forças e Serviços de Segurança têm carácter pedagógico e orientador”.
Cá para nós, achamos que era dispensável esse quebra-quebra entre os Palácios.
Mas…
2– Praia: ASA é o bairro “mais afectado”
Achada de Santo António (ASA) é o bairro mais “problemático” e afectado na Cidade da Praia, no contexto de COVID-19.
Seguem-se Tira-Chapéu, Achada Grande Trás, Terra-Branca e Achada de São Filipe.
Praia – onde fica a Cidade-Capital de Cabo Verde – é o Concelho com o maior número de casos do novo Coronavírus.
Na Ilha do Fogo, Mosteiros é o Município “mais problemático”, com os casos a “atacarem” zona Sul, mais concretamente, em Relvas, Corvo e Achada Grande.
O primeiro contágio foi notificado a 17 de Agosto findo. Até esta quarta-feira, a Ilha já somava mais de cem contaminados.
Referente a São Filipe, também na “Ilha do Vulcão” – com os casos a concentram-se, principalmente, em Santa Filomena, Cruz Vermelha, Lacacão e Curral Grande –, o director Nacional da Saúde, Artur Correia, garantia aos jornalistas, na segunda-feira, 31 de Agosto, que, naquela altura, “a situação” estava “controlada”.
O número de (novos) contágios vem estancando, significativamente, na Ilha do Sal.
Brava é a única Ilha do Arquipélago “poupada” por COVID-19, desde que o primeiro caso foi notificado em Cabo Verde, a 19 de Março, na Boa Vista.
Até esta quarta-feira, 2, Cabo Verde registava 545 casos activos; três mil 460 recuperados; 41 óbitos; dois transferidos, perfazendo um total acumulado de quatro mil e 48 casos positivos.
País, rompe, assim, a barreira dos quatro mil contaminados com o novo Coronavírus.
Tomara que trave…de uma vez por todas.
3– (Re)Apelo aos jovens
Fazendo jus à sabedoria popular de que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, as autoridades sanitárias insistem em, cada vez que falam à Imprensa, de conclamarem e relbrarem aos cabo-verdianos, com relevo para os mais jovens, de que COVID-19 existe, é real e…mata mesmo.
Dados avançados pelo director Nacional da Saúde, Artur Correia, apontavam que, até o ultimo dia de Agosto, 30 por cento dos casos registados em Cabo Verde, situava-se no grupo etário dos 20 aos 30 anos.
Em face disso, apela, mais uma vez, à responsabilidade dos jovens para que a situação seja controlada.
“Responsabilidade dos jovens, auto-responsabilidade, auto-controlo e comportamentos responsáveis afastam o risco de contaminação, a nível comunitário, dos jovens”, remarca Correia, desafiando os jovens a não colocarem “em risco, a vida dos familiares mais idosos, muitas delas com factores de risco” e que devem ser protegidos.
É mais um apelo que deve ser respondido com gestos cívicos.
Tomara que não caia em balaio furado.
Para que não seja tarde demais.
4– Calamidade continua
Fogo entra em Situação de Calamidade.
A partit desta quinta-feira, 3.
Santiago e Sal continuam no mesmo patamar.
Nestas duas ilhas, tinha findado a 31 de Agosto.
O anúncio foi tornado público pelo ministro Paulo Rocha, da Administração Interna, na sequência da Reunião do Gabinete de Crise, realizada na terça-feira, 1.
Rocha revelou, também, a alteração das normas de frequência às praias de mar e zonas balneares, em Santiago.
Fica a ser semelhante à que vigorava no Sal: das seis da matina até às dez horas.
Entra em vigor a partir da segunda-feira que vem, dia 7 de Setembro.
Algumas restrições foram suavizadas, mas… continuam proibidas em casas particulares.
E continuam a não serem pacíficas.
E a fazerem mossas.
Principalmente, no seio das gentes da Lei.
Nós, que somos pobres leigos nestes dossiês, continuamos com pulgas atrás das orelhas.
Certo-mesmo, é que as medidas entram em vigor, esta quinta-feira, 3, vigorando até dia 31 de Outubro.
E cá vamos…
5– Dois anos atrás das grades…
Um chinês, com COVID-19, foi condenado, esta semana, a dois anos de prisão, por ter escapado à quarentena, após ter regressado de Wuhan, a Cidade onde o novo Coronavírus foi detectado, pela primeira vez, em Dezembro passado.
O Tribunal considerou o homem, de sobrenome Guo, culpado de “obstruir os esforços de prevenção e controlo de doenças infecciosas”, condenando-o a dois anos de prisão, revelou a própria instância jurídica, em Comunicado.
Guo voltou à sua terra-natal depois de ter estado a trabalhar em Wuhan, até ao dia 22 de Janeiro, na véspera de a Cidade ter sido colocada sob quarentena, com entradas e saídas interditas.
Segundo o Tribunal, o homem foi instruído a ficar confinado em casa, como parte das medidas de prevenção em vigor na altura, mas infringiu o regulamento e, na noite seguinte, visitou uma sala de jogos.
(Publicado na edição semanal do A NAÇÃO nº 679, de 03 de Setembro de 2020)