“O vírus não andou a dormir durante o Verão, não tirou férias, e o que verificamos, esta semana, é que a taxa de notificação (de casos de COVID-19) na União Europeia (UE9 e no Reino Unido está, agora, nos 46 por cem mil habitantes”, observou Andrea Ammon, citada pelo portal jn.pt.
Falando esta quarta-feira, 2, numa audição, por video-conferência, na Comissão de Saúde Pública do Parlamento Europeu, em Bruxelas, a responsável observou que esta taxa “já esteve abaixo dos 15” por cem mil habitantes, pelo que “existe um aumento” do número de infecções na Europa.
“Estamos a assistir a este aumento há já cinco semanas e, embora tenha sido um aumento mais lento do que o verificado em Março, estamos quase a chegar aos números de Março”, avisou Andrea Ammon.
Acresce que “o número real de infecções é sempre superior às estatísticas oficiais”, alertou a responsável, indicando que esta situação “não é exclusiva da COVID-19” por se verificar nos surtos de doenças.
Ainda assim, a especialista sublinhou que “a situação epidemiológica nos países não é, agora, a mesma” que se verificava há seis meses, altura do pico da Pandemia de COVID-19 na Europa.
Isto porque, de acordo com Andrea Ammon, a taxa de notificação “depende de vários factores”, sendo “o mais relevante o número de testes que são feitos”, área na qual também se registou um incremento, com mais detecções e rastreamento.
Andrea Ammon realçou, também, que no início de Agosto “eram os mais jovens que estavam a ser mais afectados”, o que se demonstrava pelo baixo número de hospitalizações na Europa.
Porém, essa situação mudou: “Agora vemos que a população mais velha está a ser mais afectada, o que é demonstrativo de um aumento nos contágios”.
A directora do ECDC afirmou, ainda, que “não existe uma imagem homogénea na UE” relativa à Pandemia.